A implantação de um sistema de correio eletrônico capaz de proteger as mensagens do governo terá início em novembro, informou nesta segunda-feira o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. A determinação partiu da presidente Dilma Rousseff, com o objetivo de assegurar a inviolabilidade de e-mails oficiais e prevenir espionagem.
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O serviço ficará a cargo do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), que desenvolve o software (programa de computador) há algum tempo. Na última quinta-feira, Bernardo foi chamado pela presidente para uma reunião, na qual manifestou o interesse em expandir o sistema. Em um primeiro momento, o novo e-mail será obrigatório para todos os órgãos da administração pública federal.
– A presidenta Dilma pretende fazer disso (a adoção do sistema de correio eletrônico desenvolvido pelo Serpro) uma regra na administração pública federal. Vamos transformar a determinação em um decreto a ser assinado por ela. O Serpro, inclusive, está fazendo a revisão do programa do computador, para apresentar uma versão nova. Em novembro, provavelmente, ele estará operacional – disse o ministro.
De acordo com Bernardo, o decreto ficará pronto nesta segunda-feira. A previsão é de que o documento seja assinado nos próximos dias. A troca do sistema atual de e-mails, que é fornecido pela Microsoft, pelo do Serpro – chamado Expresso – resultará em economia para os cofres públicos.
A constatação levou o ministro Paulo Bernardo a conversar, com a ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior, sobre o uso de pelo menos parte dos recursos economizados para investimentos na melhoria deste e de outros sistemas desenvolvidos pelo Serpro.
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Objetivo é implantar sistema em todos os ministérios até 2014
Em entrevista nesta segunda-feira, o presidente do Serpro, Marcos Mazoni, disse que a tecnologia será capaz de evitar que o governo seja alvo de espionagem.
Para dar mais segurança à comunicação entre seus órgãos, o governo pretende usar principalmente a rede da Telebras. Mas poderá utilizar, também, outras redes públicas, como a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), a da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev), e a do próprio Serpro.
– Vamos fazer uma combinação das redes e montar uma mais segura para o governo. Temos redes que vamos integrar. E tem lugares onde não existe rede. Então, teremos de construir mais para suprir isso – acrescentou o ministro Paulo Bernardo.
A implantação será feita na medida em que os órgãos estejam prontos do ponto de vista técnico. Um dos primeiros a adotar o novo sistema será o Ministério das Comunicações.
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– Isso deve acontecer nos próximos dias porque estávamos nos preparando. Para os outros ministérios, estamos propondo que o Ministério do Planejamento faça um calendário. A presidenta quer tudo concluído até o segundo semestre do próximo ano. Temos, então, praticamente um ano para fazer a implantação gradativa – informou Paulo Bernardo.
Segundo o ministro, o principal objetivo é não deixar as contas de e-mails vulneráveis a espionagens:
– Até porque uma das coisas fundamentais em correspondências, inclusive eletrônicas, é que as pessoas tenham direito a ter uma comunicação com privacidade e com proteção de sigilo.