Foi inaugurado na manhã desta quinta-feira a obra do sistema de balneabilidade da Beira-Mar Norte, em Florianópolis. Diversas autoridades, inclusive o governador do Estado, Carlos Moisés da Silva (PSL), estiveram presentes no evento. Moradores que passavam pela estação da Casan na região central também pararam para acompanhar a solenidade. Após a cerimônia, as autoridades ainda visitaram a obra.

Continua depois da publicidade

De acordo com a prefeitura a obra foi inspirada em um modelo norte-americano, aplicado na Califórnia (EUA). Na capital catarinense, a proposta foi adaptada pela equipe técnica da Casan. Conforme o poder público, esta é a primeira estrutura do tipo no país que pretende recuperar a balneabilidade de uma praia poluída tratando a contaminação que chega pelas redes de drenagem.

A prefeitura estima que a praia da Beira-Mar Norte está poluída há pelo menos meio século devido às ligações clandestinas de esgoto que escorrem pelos canais de drenagem da chuva em direção à Baía.

No discurso, Gean Loureiro (MDB), disse que hoje Florianópolis é uma das cidades que mais tem investimentos em saneamento do Brasil. Segundo ele, seria cerca de R$ 400 milhões em investimentos em diversas obras fundamentais, que já deveriam ter sido feitas há muitos anos.

— Recentemente me perguntaram quando eu ia tomar banho de mar na Beira-Mar. Confesso que a menor preocupação de um administrador é querer ele tomar um banho de mar. Estamos falando mais do que uma balneabilidade para todos que desejarem poder tomar banho de mar. Estamos falando de uma condição de saúde pública diferenciada — disse o prefeito da cidade.

Continua depois da publicidade

Além disso, Loureiro ainda antecipou que a prefeitura já tem a ordem de serviço para executar o projeto de engordamento da faixa de areia da Beira-Mar Norte. Segundo o prefeito, isso vai permitir mais e novas estruturas, como as áreas para prática de esporte.

Capacidade para tratar até 13 milhões de litros por dia

A obra foi executada entre 15 de março de 2018 e 8 de março de 2019. No período de um ano o consórcio vencedor da licitação (Fast/CFO) implantou cerca de 3,6 mil metros de rede, 15 estruturas de concreto e 31 válvulas bloqueadoras (tipo bico-de-pato), além da Unidade de Recuperação Ambiental (URA), que terá capacidade para tratar até 13 milhões de litros/dia. Com o funcionamento da estrutura, o processo de descontaminação contará também com a ação das correntes marítimas, dos raios solares e do sal presente na água.

Conforme a assessoria da prefeitura, com a conclusão da obra física no começo de março – quando cessou a chegada de esgoto à Baía Norte -, a Casan intensificou as análises laboratoriais da água. O objetivo agora, segundo a prefeitura, é acompanhar a redução da contaminação até alcançar os padrões ideais de balneabilidade, o que deve ocorrer entre 90 e 120 dias aproximadamente.

Apesar do prazo dado pela prefeitura, o engenheiro e superintendente Regional Metropolitano da Casan, Pedro Joel Horstmann, reforçou em entrevista à CBN Diário durante a solenidade de inauguração que ainda não é possível dar certeza sobre essa data. No entanto, garantiu que desde o dia 8 de março já não há mais esgoto sendo jogado na Beira-Mar Norte.

Continua depois da publicidade

— A Casan garante com certeza que não tem mais contaminação da água de drenagem pluvial. Um prazo (para poder tomar banho) é difícil definir. Depende de como vai estar a corrente marítima, a quantidade de chuva e dos raios solares — disse.

Além disso, Horstmann ainda desta que é feito um monitoramento semanal com coletas em cinco pontos da Beira-Mar Norte e que, após esse processo, com o resultado em mãos, será possível prever uma data para que a área esteja em condições para banho.

— Até agora, nessa uma semana, não vimos melhora significativa, mas daqui uns 15 dias ou 20 dias, já poderemos ter outros resultados — explica o engenheiro.

Por fim, segundo a prefeitura de Florianópolis, a obra foi orçada, inicialmente, em R$ 24 milhões. No entanto, o valor teria ficado em R$ 17,1 milhões na disputa de licitação – mas somará R$ 18 milhões ao final com acréscimos motivados por alterações na parte elétrica do projeto e por interferências no assentamento da rede.

Continua depois da publicidade