Santa Catarina teve 2.927 alertas de emergência da Defesa Civil ao longo de 2024 para notificar os moradores do Estado sobre possíveis desastres naturais. O Estado teve o terceiro maior número de envios, segundo a Defesa Civil Nacional, atrás somente de São Paulo e Minas Gerais.

Continua depois da publicidade

Clique aqui para receber as notícias do NSC Total pelo Canal do WhatsApp

Em todo o Brasil, foram disparados 19.097 alertas no último ano considerando riscos hidrológicos (referente a desastres relacionados ao excesso de chuva) e geológicos (deslizamentos de terra e quedas de encostas, por exemplo).

Desse total, 15.355 foram somente para riscos hidrológicos, como inundações, alagamentos, enxurradas, entre outras. O Estado que recebeu mais alertas foi São Paulo (5.932), seguido de Minas Gerais (3.597), Santa Catarina (2.927), Rio de Janeiro (2.197) e Paraná (689).

O restante dos alertas foi disparado em menor quantidade para os outros estados. A plataforma usada para os envios é a Interface de Divulgação de Alertas Públicos (IDAP).

Continua depois da publicidade

Início do ano com mais disparos

Os meses de janeiro, fevereiro e março tiveram o maior número de disparos no país, equivalente a 51,2% do total. Se forem somados os alertas de novembro e dezembro, que também tiveram grande número de ocorrências, o percentual total chega a 76,5%.

O coordenador-geral de Monitoramento e Alerta do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), Tiago Molina Schnorr, detalha que os sistemas de alerta tiveram uma evolução ao longo dos anos, o que reflete na população.

— O primeiro mecanismo de alerta em execução no Brasil foi feito em 2016 a partir de uma parceria com o Google. Em 2017, começamos um projeto de envio de alertas via SMS e, em 2019, expandimos para os aparelhos de TV por assinatura. Já em 2021, tivemos o primeiro chatbot para o envio de alertas por meio da plataforma Telegram e, em 2022, a mesma experiência foi replicada no WhatsApp — afirma.

A partir de 2024 foram implementados alertas com a tecnologia cell broadcasting, chamada de Defesa Civil Alerta no Brasil, o que Tiago considera o “ápice da tecnologia mundial” dentro da área de alertas de desastres.

Continua depois da publicidade

A ferramenta Defesa Civil Alerta, utilizada para alertas severos e extremos, está em funcionamento desde 4 de dezembro de 2024. Desde então, foram emitidos 116 alertas para o Sul e Sudeste do país com essa nova tecnologia.

O novo alerta da Defesa Civil

O sistema de alerta severos e extremos possui algumas diferenças dos tradicionais alertas da Defesa Civil. A modalidade usa a rede de telefonia celular para emitir os alertas, que enviam mensagem de texto, aviso sonoro e inibem outros conteúdos na tela do aparelho, mesmo em modo silencioso.

Os alertas são enviados para quem está em área de risco que possua cobertura de rede 4G ou 5G, sem que precise ser feito qualquer tipo de cadastro. O novo formato deve ser ampliado este ano para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

O alerta faz uso da tecnologia cell broadcast, que interrompe outras funções do aparelho celular, emite alarme sonoro e vibratório e exibe um texto com o aviso necessário. Contudo, há dois tipos de alertas distintos: o alerta severo e o alerta extremo. 

Continua depois da publicidade

O alerta severo é acionado quando há necessidade de ações preventivas, como em situações com chuva forte e riscos de deslizamentos ou alagamentos. Nesses casos, a tela fica bloqueada e o celular emite um som de “beep”, sem interromper o modo silencioso. É preciso acessar as configurações do celular para permitir o recebimento desse tipo de alerta.

Já o alerta extremo é o nível mais alto, usado para situações de risco grave. O celular emite um som que se mantém ativo mesmo com o aparelho no modo silencioso, a tela é congelada e só pode ser liberada pelo usuário. Os celulares já vem configurados para receber esse tipo de alerta, e é impossível desativá-los.

Leia também

O que é o “alerta severo” emitido pela primeira vez pela Defesa Civil em Joinville nesta terça

Como funciona o sistema de alerta da Defesa Civil