– O regime sírio não se curvará às ameaças de um ataque de Ocidente, mesmo se houver uma Terceira Guerra Mundial – afirmou, nesta quarta-feira, o vice-ministro sírio das Relações Exteriores, Fayçal Moqdad.

Continua depois da publicidade

– O governo sírio não mudará sua posição. Nenhum sírio pode sacrificar a independência de seu país – ressaltou Moqdad, garantindo que Damasco tomou todas as medidas para reagir a uma agressão externa, no momento em que Estados Unidos e França tentam formar uma coalizão para “punir” o regime sírio pelo suposto uso de armas químicas.

O vice-ministro afirmou que o país não dará informações sobre como pretende responder a ataques, e que seus aliados, como Rússia e Irã, estão mobilizados.

– Com base na Carta das Nações, a Síria tem o direito de responder a uma agressão sem justificativa e sem base no direito internacional – considerou Moqdad.

O vice-ministro questionou duramente a política francesa e advertiu para as possíveis consequências regionais de um ataque, principalmente, para o risco do fortalecimento de grupos islamitas, como aconteceu em outros países protagonistas das revoluções árabes que estouraram em 2011.

Continua depois da publicidade

– Se a França quiser apoiar a Al-Qaeda e a Irmandade Muçulmana, como apoiou no Egito e em outras regiões do mundo, fracassará na Síria – garantiu durante a entrevista concedida à AFP na sede do Ministério das Relações Exteriores. Também em relação à França, criticou a posição do governo em esperar aprovação do Congresso para uma guerra:

– É vergonhoso que o presidente francês diga: ‘Se o Congresso aprovar, vou à guerra, se não aprovar, não vou’, como se o governo francês não tivesse mais nada a dizer – afirmou Moqdad.

Ainda segundo o vice-ministro, a posição de seu maior aliado, a Rússia, não mudou, embora o presidente Vladimir Putin tenha baixado o tom contra uma intervenção na Síria:

– A posição da Rússia não mudou. É uma posição responsável de um amigo que está a favor da paz.

Continua depois da publicidade

Putin, maior aliado de Bashar al-Assad fora do Oriente Médio, disse nesta quarta que, se ficar comprovado quais armas foram usadas e quem as utilizou, a Rússia “estará disposta a atuar de maneira mais decisiva e séria”.

Mas depois, o presidente russo lançou um alerta de que uma aprovação do Congresso americano a um ataque à Síria seria considerada por ele uma agressão.