Grande parte da Síria permanecia isolada do mundo nesta sexta-feira, sem telefone ou internet pelo segundo dia consecutivo, mas o tráfego aéreo foi retomado em Damasco depois de uma noite de violentos combates na região do aeroporto.
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A AFP constatou que a internet e as comunicações telefônicas, em particular com os telefones celulares, estavam cortadas na capital desde quinta-feira à tarde. Os militantes acusam o regime de preparar um “massacre”, mas as autoridades apontam para “obras de manutenção”.
Rami, um contador de 34 anos que vive na capital, manifestou seu mau-humor. “Quinta-feira é o dia em que terminamos os pedidos e a correspondência para o fim de semana, atualmente somos totalmente dependentes das telecomunicações”.
“É preciso resolver isso rapidamente, já temos problemas suficientes com as sanções (econômicas) e com o preço da gasolina. É esgotador”, declarou à AFP. Ghada, de 65 anos, vive sozinha em Damasco e telefona para seu filho quase todos os dias. “Ele vive em Dubai. Tenho medo de que se preocupe, porque agora não pode me telefonar e há tensão na cidade”, afirmou.
Os Estados Unidos acusaram o governo de ter cortado as redes de comunicação e a organização não governamental defensora dos direitos humanos Anistia Internacional considerou que isso “poderia anunciar a intenção das autoridades sírias de esconder do mundo a verdade sobre o que ocorre no país”.
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Na manhã desta sexta-feira, a rota do aeroporto de Damasco, 27 km a sudeste da capital, era novamente acessível e os passageiros embarcaram para vários voos da Syrian Air, da companhia aérea nacional, anunciou à AFP uma fonte do aeroporto de Damasco.
Na quinta-feira à noite, o ministério da Informação, citado pela rede de televisão oficial, afirmou que a rota para o aeroporto, fechada desde a manhã de quinta-feira devido à violência, era segura.