Como previsto, a Síria entregou neste sábado o inventário de seu arsenal químico à Organização para Proibição de Armas Químicas. A data para entrega cumpriu o limite estabelecido no acordo russo-americano assinado em 14 de setembro, em Genebra. A OPAQ já começou a analisar inventário de armas químicas.
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Esta análise acontece junto às intensas negociações diplomáticas em busca de uma resolução da ONU sobre o desmantelamento do arsenal químico de Damasco. Os diplomatas ainda não conseguiram entrar em acordo sobre o projeto que apresentarão ao Conselho de Segurança. Há grandes divergências sobre a invocação do capítulo VII da Carta das Nações Unidas, que prevê medidas coercitivas – que vão de sanções econômicas ao uso da força – se a Síria não respeitar seus compromissos.
A Rússia, aliada de Damasco, se opõe a este tipo de resolução, que é apoiada pelos países ocidentais. Apesar de diversas reuniões, Estados Unidos, Rússia, China, França e Grã-Bretanha, membros permanentes do Conselho de Segurança ainda não entraram em acordo.
No entanto, a Rússia pode mudar sua posição sobre a Síria se observar alguma intenção de trapaça por parte do regime de Bashar al-Assad, indicou neste sábado um funcionário do Kremlin.
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– Estou falando de forma teórica e hipotética, mas se chegarmos à conclusão de que Assad está nos enganando, podemos mudar de posição – disse Serguei Ivanov de Estocolmo, onde participa de uma conferência. Ivanov não forneceu mais detalhes e reiterou a posição de Moscou, contrário a uma ação militar externa na Síria, onde a guerra civil já matou 110.000 em 30 meses.
Reunião adiada
A OPAQ, que deveria se reunir no domingo para examinar o programa de destruição das armas químicas de Damasco, assim como o pedido de adesão da Síria à convenção para a proibição deste tipo de armas, decidiu adiar o encontro sem determinar outra data.
Segundo fontes diplomáticas, o texto que deve servir como base para a reunião é alvo de discussões entre americanos e russos e ainda não está pronto.
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Antes de qualquer reunião da OPAQ, é difícil que o Conselho de Segurança possa aprovar uma resolução.
Uma equipe de investigadores da ONU, entre eles nove especialistas da OPAQ, afirma ter encontrado “provas flagrantes e convincentes” do uso de gás sarin durante um ataque ocorrido no dia 21 de agosto perto de Damasco, que deixou centenas de mortos.
Os países ocidentais acusam o regime sírio de ter realizado este ataque. No entanto, Damasco afirma que ele foi realizado pelos rebeldes. A Rússia, sua aliada, mantém a mesma postura.
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