Moradores de ao menos 11 municípios do Brasil tiveram as atividades dos próprios celulares “interrompidas” por cerca de 10 segundos às 15h deste sábado (10). Sem poder ser silenciada, uma sirene era emitida pelos aparelhos enquanto uma mensagem de texto informava o motivo do alerta: se tratava de um teste da Defesa Civil Nacional. Em Santa Catarina, Blumenau e Gaspar participaram da simulação que prevê salvar vidas diante de possíveis desastres naturais no futuro.

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A tecnologia inédita no país estava programada para ser usada, pela primeira vez, na tarde deste sábado. Em um mesmo horário, a previsão era de que todos os celulares compatíveis com o sistema e conectados à rede móvel 4G ou 5G fossem notificados, caso estivessem em áreas mapeadas pela Defesa Civil.

Também era cogitada a possibilidade de a demonstração alcançar aparelhos de outros municípios que não estavam no radar do teste, mas que ficam próximos às cidades selecionadas, já que o alerta ocorre através de antenas. A Defesa Civil reforça, no entanto, que se trata apenas de uma simulação, sem a necessidade de gerar pânico nos moradores que receberam o comunicado.

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Mas, afinal: o que é esse alerta?

Chamado de “Defesa Civil Alerta”, o projeto-piloto desse sistema foi lançado na quarta-feira (7) pelo governo federal. Além dos dois municípios de Santa Catarina, outras nove cidades do Brasil devem passar pela fase de testes do “cell broadcast” — tipo de tecnologia usada — durante cerca de 30 dias (veja lista abaixo).

De modo geral, o sistema é capaz de identificar os aparelhos celulares presentes em áreas de risco e enviar alertas instantâneos sobre eventos como enchentes, deslizamentos e outros perigos. As mensagens chegam como notificações em texto, junto a um aviso sonoro e vibratório, que se sobressaem a qualquer outro conteúdo em uso na tela do usuário, independentemente se o celular estiver no modo silencioso.

A tecnologia, diferente das já usadas pela Defesa Civil, também não precisa de um cadastro prévio. Isso significa que os alertas serão encaminhados automaticamente tanto a moradores quanto a visitantes que estiverem em um local de risco.

Para que a ferramenta funcione, porém, é necessário que o celular esteja conectado à rede móvel 4G ou 5G. Além do alerta sonoro, a população das áreas afetadas, em casos de chuvas intensas e riscos de enchentes, por exemplo, receberá ainda orientações sobre evacuação e pontos de abrigo seguros pelo sistema.

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A ideia é que a nova tecnologia complemente outros meios de alerta e informações já usados pela Defesa Civil, com maior rapidez. É mais uma forma, portanto, de garantir a segurança das pessoas e “salvar” alguns segundos e minutos que podem fazer a diferença diante de um desastre natural, de acordo com os desenvolvedores do projeto.

Veja o vídeo do alerta

Teste por 30 dias

Além da primeira simulação deste sábado (10), por cerca de 30 dias, alertas reais também poderão ser emitidos nos municípios selecionados previamente, caso haja necessidade.

Após esse período, a previsão é que o sistema seja expandido para todo o país de forma gradativa. Divididos em dois níveis, os alertas podem indicar risco “extremo” ou “severo” à população. No primeiro, há um sinal sonoro acompanhado de uma mensagem de texto — o mesmo que será testado no sábado — e não há como desabilitá-lo no aparelho. A importância deste aviso, de acordo com a Defesa Civil Nacional, é justamente para que as pessoas estejam cientes de situações que coloquem a vida delas em risco.

Já o segundo nível não conta com o alerta sonoro, mas com um sistema de “bip” rápido de notificação que dura menos de dois segundos. Neste caso, o celular apenas vibra e a ferramenta pode ser desativada no próprio celular se o usuário não quiser mais receber as mensagens automáticas.

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A tecnologia foi desenvolvida em conjunto pelos ministérios das Comunicações e da Integração e do Desenvolvimento Regional. Contou, também, com a parceria da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e de quatro grandes operadoras de telefonia. Vale lembrar que ferramenta semelhante já é aplicada em países da Europa, Estados Unidos e Japão.

*Sob supervisão de Augusto Ittner