Durante a manhã do segundo dia de greve, os trabalhadores do transporte público ficaram reunidos na praça Adolfo Luiz Dias, esperando a reunião no Tribunal Regional do Trabalho, que acontece terça-feira (11) às 14h. A intenção é manter o mesmo posicionamento, contrariando a determinação judicial de colocar os ônibus nas ruas. Já o Setuf afirma que vai pedir que o tribunal considere a greve ilegal.

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– A determinação judicial de colocar o mínimo de 100% do serviço nos horários de pico está cerceando nosso direito à paralisação – afirma o assessor do Sintraturb, Ricardo Freitas.

Catraca livre em discussão

Uma das propostas do sindicato trabalhistas é a catraca livre, onde os ônibus circulariam normalmente, porém com a tarifa gratuita. Segundo Freitas, essa é uma maneira de pressionar os patrões sem prejudicar a população.

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Proposta precisa de aval jurídico

Para viabilizar a catraca livre, os funcionários precisam de uma autorização judicial. Ricardo explica que o contrato dos trabalhadores prevê que motoristas e cobradores são responsáveis pelo patrimônio (os ônibus) e pelo numerário, ou seja, prestar contas da arrecadação feita. No caso das catracas girarem, mas o dinheiro não chegar nas empresas, os funcionários poderiam ser demitidos por justa causa.

Um pedido formal foi feito ao Tribunal Regional do Trabalho para que a catraca livre fosse legalizada durante a greve.

Gaspar já teve catraca livre apoiada pela prefeitura em 2010

Durante uma greve dos trabalhadores de ônibus, a prefeitura de Gaspar bancou o combustível para uma catraca livre. Foram 14 dias de transporte público gratuito para a população. Segundo Ricardo Freitas, este tipo de manifestação só ocorreu com o apoio do poder público.

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Em Florianópolis, o secretário de transportes, Valmir Piacentini, se posiciona contra este tipo de manifestação por conta dos custos que o município teria que arcar. Segundo ele de uma forma ou outra os dias de transporte gratuito seriam contabilizados no sistema de remuneração das empresas.

– No fim das contas, quem pagaria a conta seria o cidadão – afirma Piacentini.

Ele diz não saber se uma autorização legal traria segurança jurídica para a prefeitura, colocando o prejuízo exclusivamente para as empresas de ônibus.

Sindicato patronal diz que tal manifestação é irrealizável

Para o presidente do Setuf, Waldir Gomes da Silva, a catraca livre traria prejuízos apenas para as empresas e não para o município. Ele explica que os trabalhadores não podem fazer tal movimento pois estariam descumprindo o contrato de trabalho e poderiam ser demitidos.

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– Concordaríamos se a prefeitura pagasse o óleo, os trabalhadores fizessem o serviço de graça e as empresas entrassem com ônibus, pneus e todo o resto, mas os motoristas e cobradores querem fazer catraca livre, recebendo salário e ainda continuar negociando – diz Waldir.

Na internet, abaixo assinado pede por ‘greve ao contrário’

Quase mil pessoas já assinaram um abaixo assinado virtual que pede catraca livre até o fim da greve do transporte urbano. O pedido foi criado pelo Sintraturb e defende uma autorização para que os motoristas e cobradores possam trabalhar sem sofrerem sanções. O documento seria entregue ao prefeito da Capital César Souza Júnior (PSD) e ao Tribunal Regional do Trabalho.