Em março deste ano, após sentir febre e dores no corpo, Roberto Rivelino procurou atendimento médico para descobrir o que poderia ser a causa desses sintomas. O engenheiro de software, que é morador do bairro Itacorubi (o que tem mais casos de dengue em Florianópolis), pensou que pudesse ter contraído o coronavírus.
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— Os sintomas iniciais eram bem semelhantes com a Covid. Sentia dor no corpo, fraqueza e bastante febre. Quando fui ao hospital e conversei com clínico geral para saber o que poderia ser, ainda não tinha dado as 48 horas dos sintomas. Então eu não consegui fazer o teste de Covid e cheguei a perguntar se poderia ser dengue, mas o médico falou que era improvável porque a dengue dá febre de mais de 40 graus e você não consegue sair da cama — contou.
Roberto conta que vários moradores do bairro já tinham sido picados pelo mosquito Aedes aegypti, mas, considerando a afirmação que ele ouviu no hospital, pensou que pudesse ser outra doença.
— Voltei pra casa, só que eu fui piorando. Tinha febre alta toda noite e comecei a ter os sintomas que ele [o médico] realmente falou. Sentia cansaço extremo, de não conseguir sair da cama; muitas dores nas pernas, na panturrilha, e começaram a aparecer umas manchas no meu corpo, umas pintinhas avermelhadas que foram aumentando. Por sorte a gente conversou com a vizinha e ela mandou pelo WhatsApp que estava internada com dengue. Aí virou a chave — diz Roberto Rivelino.
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O engenheiro de software e a namorada foram até outro hospital e fizeram exames de sangue que constataram o diagnóstico de dengue. Segundo Roberto, a namorada dele precisou ser internada no mesmo dia.
— Fizemos o exame sorológico e deu positivo tanto para mim quanto para minha namorada. Depois, os médicos constataram que a minha namorada estava com as plaquetas bem abaixo do que é o saudável, que ela teria que ficar hospitalizada. Ela ficou na UTI por quatro dias — conta.
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Segundo os profissionais de saúde, é importante estar atento aos sinais que diferenciam as duas doenças.
— No início pode realmente confundir em alguns casos por causa de dor generalizada, febre e mal estar. Passados os primeiros dias, o mais comum em casos de Covid é ter sintomas respiratórios associados. A gente está falando de um quadro que é muito marcado pela dor muscular e outra situação marcada por sintomas respiratórios — explica a médica e gerente de Vigilância Epidemiológica de Florianópolis, Ana Cristina Vidor.
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Dengue em SC
O ano de 2022 já tem o maior número de casos de dengue em Santa Catarina e um aumento expressivo nos registros de mortes. Segundo o boletim epidemiológico mais recente divulgado pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive), 42.831 casos já foram confirmados e 41 pessoas foram vítimas da doença no Estado. No ano passado, Santa Catarina registrou sete óbitos por dengue e 19.133 casos da doença.
Até esta sexta-feira, 59 cidades haviam atingido o nível de epidemia: Itá, Maravilha, Iporã do Oeste, Mondaí, Coronel Freitas , Belmonte, Palmitos, Caxambu do Sul, Seara, Guaraciaba, São José do Cedro, Flor do Sertão, Romelândia, São Miguel da Boa Vista, Santa Terezinha do Progresso, Concórdia, Abelardo Luz, Ascurra, Caibi, Peritiba, Xanxerê, Tigrinhos, Nova Itaberaba, Riqueza, Chapecó, Saudades, Bombinhas, Xavantina, Tunápolis, Cunha Porã, Brusque, São Miguel do Oeste, Joinville, Garuva, São João do Oeste, Bom Jesus, Iraceminha, Cordilheira Alta, Águas Frias, Ipumirim, Santa Helena, Barra Bonita, Blumenau, Cunhataí, Princesa, Descanso, Guatambu, Piratuba, Guarujá do Sul, Bom Jesus do Oeste, Pinhalzinho, Formosa do Sul, Águas de Chapecó, Entre Rios, Anchieta, Paraiso, Ouro Verde, Florianópolis e Alto Bela Vista.
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