O crescente número de casos confirmados de sarampo em Santa Catarina aumenta a preocupação com a doença no Estado. No início de agosto, após a confirmação do 10° caso da doença, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive-SC) recomendou a vacinação em todo o Estado. Até esta sexta-feira (23), 15 casos de sarampo já haviam sido confirmados em municípios catarinenses, conforme o último boletim semanal enviado pelo órgão na última terça-feira (20).

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Confira as dúvidas mais comuns sobre o sarampo:

Por que tem se falado tanto em sarampo nos últimos dias?

Desde o início de 2019, Santa Catarina já registrou 15 casos de sarampo, conforme o último boletim semanal divulgado no dia 20 de agosto. Cenário preocupante, pois o sarampo era considerada uma doença controlada no Estado desde 2000, quando a circulação endêmica do vírus foi interrompida, de acordo com a Dive-SC. De lá para cá, foram registrados apenas casos isolados. Entre 2016 e 2018, não foi registrado nenhum caso da doença no Estado, por exemplo.

Há pessoas com sarampo em todo o Estado?

Não. Até esta sexta-feira (23), os 15 casos confirmados da doença estão em três cidades: 10 em Florianópolis, um em Guaramirim e outro em Barra Velha. Os outros três casos são de tripulantes de um navio que atracou no litoral catarinense em fevereiro.

A Vigilância Epidemiológica de Florianópolis chegou a divulgar que está em busca de pessoas que tenham frequentado a casa noturna John Bull, localizada na Lagoa da Conceição, em Florianópolis, no dia 9 de agosto. O órgão afirmou que um dos novos casos suspeitos de sarampo foi identificado em uma das pessoas que estavam no local.

Conforme a Dive-SC, os casos confirmados são classificados como importados, pois as evidências epidemiológicas apontam que o contágio aconteceu em São Paulo.

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Até o momento, sete dos 15 casos confirmados da doença no Estado foram diagnosticados em jovens com idade entre 20 e 29 anos. Os adolescentes aparecem como o segundo grupo mais vulnerável até então, com três casos registrados em crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos.

O sarampo é uma doença perigosa?

Sim, ela pode levar à morte, principalmente de crianças menores de 1 ano de idade em situação de desnutrição.

O sarampo é contagioso?

Sim. O contágio acontece pelo ar, por meio da respiração, tosse ou espirros. A enfermeira Alda Rodolfo da Silva, responsável pelo setor de imunopreveníveis da Dive-SC, afirma que é difícil controlar o vírus depois que ele se instala. Cada pessoa infectada, por exemplo, pode transmitir a doença para até outras 18 pessoas, segundo ela.

E quais são os sintomas do sarampo?

Febre alta, tosse com muito catarro, coriza, conjuntivite, aparecimento de manchas vermelhas no corpo estão em os principais sintomas.

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— Nota-se que o rosto da pessoa fica diferente, com olhos caídos, muita secreção e cansaço. É apenas no quarto ou quinto dia de febre que surgem as manchas vermelhas no corpo. O Rash que são as manchas, é um sinal de que o organismo está produzindo anticorpos a partir daí a febre costuma diminuir — orienta o médico infectologista da Dive/SC, Luiz Escada.

O que devo fazer ao sentir os sintomas do sarampo?

Caso esteja com suspeita da doença, a orientação é procurar imediatamente uma unidade de saúde. No local será feito o diagnóstico e, caso ela seja confirmada, será iniciado o tratamento da doença. Por isso é importante a prevenção por meio da vacina.

Adultos e crianças podem pegar sarampo?

Sim. Apesar de ser considerada uma doença de infância, por geralmente atingir crianças nos três primeiros anos de vida, adultos também pode pegar sarampo, de acordo com o infectologista Luiz Escada. Entre pessoas adultas, os sintomas costumam ser ainda mais agressivos.

— O que determina a gravidade da doença é como o seu corpo reage a isso. No caso dos adultos o sistema imunológico já está formado, então a defesa do organismo será mais agressiva, intensificando os sintomas — comenta o médico, ressaltando que a doença é transmitida por um vírus extremamente contagioso.

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Qual vacina devo tomar? Com que idade?

A maneira mais eficaz de prevenir o sarampo é a vacina tríplice viral e tetra viral. Além do sarampo, elas protegem também contra outras três doenças: rubéola, caxumba e varicela — a catapora.

A tríplice viral é tomada quando o bebê completa 1 ano de idade. Ao completar 15 meses, ela é reforçada com a tetra viral. No entanto, por causa do recente surto no Estado, o Ministério da Saúde recomendou a vacinação da “dose zero” em bebês 6 e 11 meses de idade. A imunização começou nesta quinta-feira (22).

Essa dose extra, no entanto, não substitui as outras aplicações já previstas no calendário nacional de vacinação. Ou seja, é necessário dar essa vacina em bebês além das outras duas já previstas.

— Já é uma vacina de rotina dos 12 meses e 15 meses e a partir de agora vai estar disponível também para bebês de 6 a 11 meses nos municípios de nosso estado e nas salas de vacinas. Essas crianças devem ser imunizadas agora. Mesmo que receba essa dose zero aos 11 meses, a criança deve voltar a ser vacinada aos 12 meses e aos 15 meses — reforça a gerente de imunização da Diretoria de Vigilância Epidemiológica do Estado, a DIVE, Lia Quaresma Coimbra, à CBN Diário.

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A “dose zero” serve como um reforço e foi recomendada porque os bebês nessa idade são mais vulneráveis a casos de sarampo que podem levar à morte.

— Essa faixa etária é muito suscetível à gravidade da doença — alertou Coimbra.

Não me vacinei quando era bebê. Posso tomar a vacina?

Sim. Quem não se vacinou quando bebê ou tomou apenas uma delas, pode tomar agora. Quem atualmente tem até 29 anos de idade receberá duas doses da tríplice viral. Quem não se vacinou e hoje tem entre 30 e 49 anos, vai receber apenas uma dose.

Em pessoas com 50 anos ou mais, a vacinação é recomendada em caso de viagem a regiões com surto da doença, como São Paulo, ou se houve contato específico com casos suspeitos ou confirmados.

Como posso saber se eu já tomei a vacina?

As vacinas tomadas podem ser consultadas na carteira de vacinação que toda criança deve ter. Caso a carteira não esteja à mão, é só se dirigir até uma unidade de saúde e solicitar a vacina. Na dúvida, a orientação da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive-SC) é para que as pessoas tomem a vacina.

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Todos podem tomar a vacina?

Não. Gestantes e pessoas que fazem quimioterapia não devem tomar essa vacina. Quem faz tratamento ou acompanhamento do HIV deve perguntar ao seu médico antes de se vacinar.

Como posso saber quais vacinas preciso tomar?

O Ministério da Saúde mantém um calendário de vacinação com todas as vacinas distribuídas gratuitamente no SUS, que pode ser consultado clicando neste link. É possível comparar o calendário com a carteirinha de vacinação pessoal ou levá-la a uma sala de vacinação.

Há também outros calendários, como o da Sociedade Brasileira de Imunizações, que pode ser acessado neste link. Além das vacinas disponíveis gratuitamente na rede pública, há as vacinas recomendadas por especialistas que podem ser adquiridas em clínicas particulares, conforme indicação médica.

Saiba mais sobre o sarampo em Santa Catarina

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