5 e 6 de maio de 2013:
Sendo muito franco, digo a todos que sinto um grande prazer em autofotografar. Não é excesso de vaidade, nem algum desvio mental… É amor mesmo, carinho, respeito e agradecimento. Afinal, estamos juntos(eu e eu mesmo) há 72 anos e espero ou esperamos ficar assim mais uns setenta. Na verdade, como conta a lenda, quando uma pessoa é retratada em fotografia, desenho ou pintura, o tempo para os ponteiros e esta pessoa viverá a mais estes momentos interrompidos para melhor registrar o rosto do modelo, no papel ou na tela.
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Já há séculos os artistas fazem seus autorretratos para viverem mais meses ou anos com o crédito do tempo. Este é o único poder dos artistas, fazer o tempo parar.
Ser fotografado começou na minha vida quando nasci, todos os domingos o meu pai me fotografava ainda no berço, no colo de minha mãe, primeiro Natal, jardim da infância, colégio, com os amigos, férias e a primeira bicicleta.
Este registro revelado em papel brilhante tenho guardado. São centenas de fotos, minha história até os meus 19 anos, quando fui para Curitiba estudar Belas Artes.
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Fotos de turistas curiosos. Colina de Montmartre – março 2013
Esta coleção de imagens é uma referência da minha identidade. É o registro em preto e branco da minha infância e juventude colorida. No último domingo passei feliz fotografando não a mim, mas os fotógrafos.
Verdadeiros garimpeiros em busca de uma imagem preciosa. Na verdade, com muita certeza, foi a maneira que encontrei de sentir a presença de meu saudoso pai. Fotografando a minha especial mãe ou meu querido irmão Edson.