A administradora Gisela Ribeiro segue de perto as aulas da filha Marina, oito anos. De segunda a sexta-feira, das 8h às 11h, a menina senta-se na sala para fazer os estudos. Marina usa o computador da família e seguindo a proposta da escola só para na hora do lanche, quando precisa se afastar da tela e dar uma arejada nas ideias. 

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Gisela diz que ajuda quando necessário, mas que a escola oferece suporte e que a filha se sai muito bem nesta experiência de aulas pela internet. Mas que considera que o fato da professora ter grande experiência de magistério – 30 anos de sala de aula – ser um fator que ajuda bastante:

— Vejo a professora com muito conhecimento da turma, a qual tem 27 alunos. A professora age com muita naturalidade, inclusive, chamando a atenção quando algum está disperso ou levanta da cadeira. Acho isso admirável – observa a mãe.

Gisela está desempregada e reconhece que o fato de estar perto também é outra vantagem em relação a outras famílias, em que os pais trabalham fora e ou nem sempre conseguem acompanhar as crianças. A mãe entende que este é um momento de aprendizado para todos. 

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— Percebo que agora acompanho mais os estudos, o que me faz conhecer melhor minha filha. A gente se aproxima mais da criança, sabe como ela responde na sala da aula, do que mais gosta e os desafios.

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Apesar do cenário, que parece positivo, Gisela defende que a socialização com os colegas e o papel do professor são diferenciais na vida de uma criança.

— Acho que nossa filha voltará mais focada para a escola e ajudei nisso. Mas é claro que o professor tem um jeito muito especial para ensinar.

“Gosto do meu colégio”

Marina Ribeiro Coelho, oito anos, frequenta o 3º ano do Colégio Salvatoriano Nossa Senhora de Fátima, no bairro Estreito, em Florianópolis. Com perfil mais concentrado, Marina fala sobre a vantagem de ter aulas diárias pela internet: 

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— Tenho meu próprio espaço (sala) e acho mais tranquilo. Minha mãe está por perto e me sinto mais tranquila – conta a menina.

Mas o silêncio trazido pelo distanciamento social tem um lado do qual Marina não gosta:

— Acho ruim não ter outras crianças, os meus colegas para brincar.

Além disso, Marina também fala da saudade dos educadores:

— Gosto do meu colégio, da professora e dos coordenadores. Sinto falta de vê-los explica.

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