Um sino doado pelo imperador Dom Pedro II em 1845 à igreja de São Miguel, em Biguaçu, na Grande Florianópolis, foi furtado. A capela integra o conjunto histórico de São Miguel da Terra Firme, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), e é de gestão da Paróquia São João Evangelista, que acredita que o crime tenha ocorrido na madrugada de quarta-feira (7).
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O pároco do local, padre Ewerton Martins Gerent, afirmou ter sido registrado um boletim de ocorrência e que o sino passou a constar agora em uma lista do Iphan de itens históricos perdidos.
— O Iphan aciona a Polícia Federal [PF] e todas as outras autoridades — disse o padre ao NSC Total.
Ele afirmou ainda não haver suspeitas até aqui de quem pode ter cometido o crime, mas que a polícia já teria feito buscas em Biguaçu.
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A reportagem procurou a Polícia Civil e o Iphan, mas ainda não obteve retorno. Já a PF comunicou que estava verificando a situação para retornar o contato.

Além da igreja, que foi inaugurada em janeiro de 1751 e sofreu alterações ao longo dos anos, o conjunto histórico engloba um aqueduto e um sobrado que sedia atualmente o Museu Etnográfico, de gestão da Fundação Catarinense de Cultura (FCC), do governo de Santa Catarina.
O museu conta com serviço de vigilantes, conforme a FCC confirmou à reportagem, mas a segurança não se estende à igreja do local, instalada à beira da BR-101.

Santo furtado há 44 anos
A capela já passou por trauma parecido há 44 anos. Em maio de 1979, uma imagem de São Miguel foi furtada do templo. A peça foi recuperada pela Polícia Federal somente 32 anos depois, graças a uma denúncia no Iphan, conforme registrou o NSC Total.
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O santo foi encontrado em uma loja de leilões de objetos de arte num shopping na zona Sul do Rio de Janeiro. Ele estava à venda por R$ 700 mil. À época, o dono do antiquário disse para a PF que comprou a estátua em São Paulo e não sabia que ela era roubada.
Atualmente, a imagem de São Miguel está abrigada na igreja matriz de Biguaçu, justamente por questões de segurança.