A rede de saúde de Florianópolis está sobrecarregada com casos de síndrome respiratória em crianças. Quadros “menos urgentes” demoraram cerca de oito horas para receberem atendimento no Hospital Infantil Joana de Gusmão (HIJG) nesta segunda-feira (17). A Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina (SES) atribui as filas em hospitais à baixa procura por unidades de atenção primária, como postos, e trabalha para ampliar os atendimentos.

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De acordo com o hospital, que é referência para tratamento infantil na região da Grande Florianópolis, houve aumento na busca por atendimento na emergência para casos respiratórios nos meses de março, abril e na primeira quinzena de maio. 

Dos atendimentos entre 1º e 17 de maio, 15,5% eram considerados graves. Conforme os dados repassados pela instituição, o restante dos casos foram considerados “menos urgentes” ou de menor complexidade. Isso significa que os atendimentos poderiam ser feitos em Unidades de Pronto-atendimento (UPAs) e Unidades Básicas de Saúde (UBS). 

Em nota, a SES explicou que essas unidades “são fundamentais para o pleno funcionamento do SUS, colaborando para a diminuição das filas nos prontos-socorros dos hospitais”. 

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“A premissa dos hospitais é sempre que estejam de portas abertas para todo mundo, mas a prioridade é sempre dos casos de emergência. Essas filas ficam grandes por causa desses casos de menor complexidade, que poderiam ser atendidos pelas outras unidades”, explica a secretaria. 

Casos respiratórios representam 76% dos atendimentos

Até 17 de maio, 4.518 atendimentos foram realizados no hospital. Desses, 3.453 são de casos respiratóriose e representam 76% do total. Confira o número total de atendimentos na casa de saúde e quantos foram por problemas respiratórios:

  • Março: 8.402 emergências / 5.771 respiratórios
  • Abril: 9.277 emergências / 6.850 respiratórios
  • Até 17 de maio: 4.518 emergências / 3.453 respiratórios

Para aumentar a rede de atendimento para crianças na região de Florianópolis, a Secretaria de Estado reabriu a emergência pediátrica do Hospital Florianópolis em 25 de abril e trabalha junto com o Hospital Regional de São José para reabrir a emergência pediátrica no local. Para casos que necessitam de internação, foram reativados nove leitos e mais quatro serão acionados no Hospital Joana de Gusmão.

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O Joana de Gusmão conta hoje com o único leito de UTI pediátrico disponível em todo o Estado, de acordo com o Painel de Leitos da SES, atualizado nesta terça-feira (17). A taxa de ocupação é de 95% e duas crianças estão internadas com Covid-19. 

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