Portugal foi atingido nesta quinta-feira uma greve geral e manifestações convocadas pelo principal sindicato de trabalhadores, que esperava uma forte mobilização contra as medidas de austeridade do Governo, denunciadas como agravantes da recessão e do desemprego. Em Lisboa, o metrô ficou parado e a atividade nos principais portos do país perturbada à espera das manifestações convocadas na capital e em outras cidades para a tarde desta quinta-feira.
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Palavras como “Manifestação”, “Greve geral”, “Basta!” eram lidas nos cartazes presos em Lisboa nos últimos dias por militantes da CGTP, a principal central sindical portuguesa, que convocou esta greve sozinha. No entanto, os transportes aéreos não foram afetados pela greve, embora escolas, hospitais, tribunais, administrações, correios, bibliotecas, museus e coleta de lixo funcionassem parcialmente.
“O metrô está fechado pela greve. Perdoem o incômodo”, dizia um cartaz preso em um portão de acesso ao metrô de Lisboa.
– Houve uma forte adesão no setor dos transportes públicos, nas empresas de coleta de lixo e uma forte participação no setor de saúde – disse Armenio Carlos, líder da CGTP, que conta com cerca de 600 mil afiliados.
No fim da manhã, a capital, onde os trens e ônibus proporcionavam serviços mínimos, parecia pouco perturbada, já que a maioria dos comércios, cafés, supermercados, bancos e farmácias abriu.
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Os dois sindicatos estão divididos quanto à reforma trabalhista promovida pelo governo, aceita pela UGT, mas que a CGTP rejeitou, ao classificá-la de “regresso ao feudalismo” e que prevê uma flexibilização da jornada de trabalho, facilitação das demissões, supressão de feriados e redução de dias de férias.
Depois de Grécia e Irlanda, Portugal é o terceiro país da Eurozona que precisou de assistência financeira para evitar a quebra. Em maio do ano passado, a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI) concederam um pacote de créditos de 78 bilhões de euros em troca de reformas draconianas para reduzir a dívida do Estado.