Com a mobilização a nível nacional indo para o quarto dia, a greve dos petroleiros tem sido motivo de alerta nas redes sociais, com um possível desabastecimento de combustíveis no país. Os sindicatos patronal e de trabalhadores da categoria, porém, minimizam, pelo menos por enquanto, o risco disso acontecer em Santa Catarina.
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A estrutura que atende o Estado é a Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária (PR), que tem funcionários parados. Mas como a paralisação ainda não afeta a distribuição e existe um volume significativo em estoque, o fornecimento continua normalmente. O protesto dos petroleiros é contra o plano de negócios da Petrobras, que propõe corte de gastos e venda de ativos.
Conforme informações do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Santa Catarina (Sindipetro-SC), até esta quarta-feira não havia nenhuma sinalização de revendedores sobre problemas com combustíveis ou relatos de preocupação sobre o assunto. O Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina também diz que, de acordo com o que foi repassado pela federação dos trabalhadores, não haverá desabastecimento, uma vez que a lei de greve de serviços essenciais será cumprida, o que garante um atendimento mínimo que não afete a população.
A única ressalva da entidade dos trabalhadores é sobre a prática da Petrobras para assegurar esse funcionamento mínimo, que incluiria exploração de funcionários com cargas horárias excessivas e descumprimento de outros direitos trabalhistas. A estatal petrolífera emitiu uma nota de esclarecimento sobre a greve, informando queda de produção de barris de petróleo e de metros cúbicos de gás natural e afirmando que, com as perdas, a arrecadação de tributos recolhidos em favor da União Federal, estados e municípios, como os royalties e a Participação Especial, é diretamente impactada.
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A Petrobras também diz que “está tomando as medidas necessárias para garantir a manutenção de suas atividades, preservando suas instalações e a segurança de seus trabalhadores” e reitera que, “a distribuição (de combustíveis) está funcionando dentro da normalidade e não há previsão de desabastecimento do mercado”.
Greve de caminhoneiros
As redes sociais também são a principal plataforma de divulgação de uma nova greve geral dos caminhoneiros em todo o Brasil a partir da próxima segunda-feira. O motorista Vilmar Bonora, um dos organizadores do movimento no início de 2015 e que se consolidou como liderança estadual da categoria, confirma que Santa Catarina vai aderir ao protesto nacional e diz que a estratégia está sendo finalizada para colocar os caminhões na rua.
– A presidente Dilma não cumpriu o que prometeu e por isso agora o principal objetivo da greve é a saída dela – diz.
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A mobilização é coordenada principalmente pelo Facebook e pelo WhatsApp, em grupos criados a partir de uma página autointitulada Comando Nacional de Transporte, que tomou a frente das ações. A greve tem ainda apoio de organizações como o Movimento Brasil Livre, Vem Pra Rua e Revoltados Online.
Em Santa Catarina, entidades como Sindicato dos Motoristas de Itajaí e Região, Federação dos Caminhoneiros Autônomos do Rio Grande do Sul e Santa Catarina (Fecam), Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Estado de SC (Sindicam/SC) e Federação dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado de SC (Fectroesc) já se manifestaram destacando que não apoiam nem participam da coordenação da greve.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que monitora a situação, mas que ainda não trabalha com nenhum esquema especial visando a paralisação.
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