Uma greve geral convocada pelos sindicatos contrários à presidente Cristina Kirchner teve início no primeiro minuto desta quinta-feira para exigir melhores salários e protestar contra a inflação e a insegurança que atingem a Argentina.

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Três das cinco centrais sindicais da Argentina convocaram a greve para rejeitar a tentativa de Kirchner de limitar os reajustes salariais discutidos nos acordos coletivos, e para exigir mais segurança diante da onda de criminalidade que atinge as grandes cidades do país.

– Os trabalhadores dizem ao governo: Chega! Greve geral! – destacou o caminhoneiro Hugo Moyano, principal líder do protesto e titular da ala não-governista da CGT.

A chave do sucesso da greve de 24 horas será a adesão dos maquinistas de trens e metrô, motoristas de ônibus e caminhoneiros, técnicos aeronáuticos e navegadores fluviais, que poderão paralisar o país.

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– Todos tem o direito à greve e está bem – disse Kirchner, cujo governo enfrenta uma inflação de 30% ao ano e uma onda de criminalidade que se tornou a principal preocupação dos argentinos.

O governo tenta impedir os reajustes salariais discutidos entre patrões e empregados, apesar de a grande maioria dos sindicatos já ter acertado aumentos em torno dos 30%, o que vai puxar ainda mais a inflação.

A Argentina tem 10 milhões de trabalhadores registrados, e ao menos 40% são filiados a algum sindicato. O número de assalariados sem registro é estimado em quatro milhões.

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– É uma greve política, este não é o momento de parar – disse Antonio Caló, líder de 150 mil metalúrgicos reunidos na ala governista da CGT.

Moyano foi candidato à presidência em 2011 com seu pequeno partido Cultura, Educação e Trabalho, e agora busca construir o braço sindical da Frente Renovadora, do deputado peronista dissidente e presidenciável Sergio Massa.

A esquerda “trotskista” organizará piquetes em avenidas e estradas para apoiar a greve, mas as demais organizações não promoverão protestos nas ruas.

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– Nunca sou a favor de greve, mas não é possível viver com este nível de inflação – disse Mauricio Macri, prefeito de Buenos Aires e um dos presidenciáveis para 2015 pelo partido opositor Proposta Republicana (PRO, direita).

A última greve geral convocada pelos sindicatos opositores na Argentina ocorreu em novembro de 2012, e paralisou parcialmente o país.