A falta de gasolina que atinge a Grande Florianópolis já preocupa o Sindicato do Comércio Varejista do Comércio de Petróleo do Litoral e região. Em Itajaí e Balneário Camboriú, segundo o presidente da instituição Roque Colpani, alguns estabelecimentos tiveram momentos de falta de gasolina durante esta semana e em Itajaí já está ocorrendo o abastecimento racionado por parte das distribuidoras.

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Os gerentes e donos de postos da cidade não admitem a escassez, mas alguns dizem já ter ouvido falar sobre o racionamento. Jeferson Espíndola tem dois postos de combustíveis em Itajaí e conta que alguns concorrentes receberam uma quantidade menor do que pediram.

– O posto pede 15 mil litros, por exemplo, e só recebe 5 mil. Isso eu tenho ouvido falar – explica.

Essa deficiência, de acordo com Colpani, ocorre devido a um problema na produção. A falta de álcool anidro, que compõe 20% da gasolina, na distribuidora da Petrobras em Araucária (PR), impossibilitou a distribuição em alguns pontos.

– Temos gasolina A (pura), mas não há álcool para misturar.

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O problema vem sendo percebido pelo sindicato desde novembro, quando aumenta muito o consumo na região devido a proximidade da alta temporada. Apesar do aumento da demanda, conforme Roque Colpani, não houve acréscimo na produção.

Deste modo, ele acredita que quem não tem gasolina estocada, o que é muito comum na região devido à capacidade dos postos, pode passar por apuros nos próximos dias.

– Estamos no fio da navalha da gasolina. Tenho uma preocupação muito grande com o próximo fim de semana quando muita gente enche o tanque pra ir embora – explica.

Essa preocupação, porém, passa longe do consumidor e dos gerentes de postos de Balneário Camboriú, principal polo turístico do Estado. Apesar da demanda aumentar no verão, clientes e frentistas garantem não estarem tendo dificuldade para abastecer os carros.

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Gerente de um posto na Avenida Brasil, Vanderlei da Silva diz que na alta temporada o estabelecimento comercializa até 10 mil litros de combustível por dia. Apesar disso não houve dificuldade para atender os clientes, tampouco problemas na distribuição, que ocorre quase diariamente.

Logística também prejudica o abastecimento

Outro ponto que pode explicar a falta de combustível é a logística de transporte. Segundo Colpani, como 35% da gasolina consumida no Brasil vem de fora, qualquer problema nesse aspecto impacta em todo o mercado.

– Algumas distribuidoras como a Petrobras, por ser governamental, tem uma logística muito engessada. Qualquer problema é mais difícil de ser resolvido.

Jeferson Espíndola, que não sofreu falta de combustível em nenhum de seus dois postos, conta que por conta das estradas lotadas devido à temporada já sofreu atraso na entrega.

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