Representantes do Sindicato dos Trabalhadores da Industria Gráfica de Blumenau e Região se reuniram com os funcionários da multinacional RR Donnelley na tarde desta segunda-feira. O encontro serviu para definir uma pauta de reivindicações que serão apresentadas à empresa, após ela anunciar o fim das atividades no Brasil.
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Conforme o presidente do sindicato, Moacir José Effting, um dos principais pedidos é de que a empresa abra as portas para que os funcionários possam retirar os pertences, já que as instalações estão trancadas. Além disso, será pedido para que a empresa adiante parte da verba rescisória dos 160 funcionários da unidade de Blumenau.
O sindicato também informou que pedirá a manutenção do plano de saúde por pelo menos seis meses, tendo em vista que algumas pessoas estão em tratamento. Nesta terça-feira, será feita uma assembleia, às 8h30min, em frente à empresa, para que a pauta de reivindicações seja aprovada pelos funcionários.
Às 10h30min, representantes do sindicato irão se reunir com o departamento jurídico da empresa para homologar o documento com os pedidos da categoria.
– Foi realmente uma surpresa para todos nós o anuncio do fim das atividades. Isso é negativo, pois são 160 funcionários e uma grande empresa que deixa de arrecadar tributos para a cidade – comenta Efftingl.
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Procurada pela reportagem, a empresa se manifestou através de uma nota. Confira a nota na íntegra:
A RR Donnelley Editora e Gráfica Ltda decidiu, após considerar todas as opções, encerrar sua operação no Brasil. Entre os fatores que levaram o grupo a tomar esta medida estão as atuais condições de mercado na indústria gráfica e editorial tradicional, que estão difíceis em toda parte, mas especialmente no Brasil. Recentemente, a RR Donnelley perdeu um de seus principais clientes e registrou uma drástica redução no volume de trabalho contratado.
O grupo operou no Brasil por mais de 25 anos. Mas, uma análise meticulosa das finanças da empresa motivou nossa decisão. O requerimento de autofalência da RRD será processado e decidido pelo foro da comarca de Osasco (SP).
Para minimizar o impacto da falência, a empresa entrará em contato com o sindicato e avaliará a possibilidade de rescindir todos os contratos de trabalho já nos próximos dias. Isso permitirá o pronto levantamento dos valores depositados nas contas vinculadas do FGTS e habilitará os funcionários a solicitarem o seguro-desemprego, na forma da lei.