A negociação entre empresários e trabalhadores do transporte coletivo de Florianópolis está em aberto. Infelizmente para a população, isto não garante que o serviço será prestado ou mesmo suspenso por paralisação ou greve nesta semana.

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Na tarde desta terça-feira, os representantes de cada lado se reuniram a portas fechadas na sede do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado de Santa Catarina (Setpesc), no Centro.

Após mais de duas horas, os integrantes do Sintraturb deixaram o prédio na Rua Felipe Schmidt para avaliarem a nova proposta do Setuf. Nenhum deles deu entrevista ou atendeu o telefone até às 21h45min desta terça.

Segundo explicação do representante das empresas, Waldir Gomes, os sindicalistas se comprometeram a não suspender as atividades desde que o conteúdo da proposta não fosse revelado. Foi pedido ainda um prazo para a análise das cláusulas e a elaboração de uma contraproposta, o que deve ocorrer nesta semana. Pelo que foi apalavrado na reunião, se houver paralisação, a negociação está encerrada, garante Gomes.

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Corte de cobradores e reajuste

A proposta de reajuste salarial de 8%, condicionado ao corte de 350 cobradores do quadro funcional, segue na proposta encaminhada pelo Setuf. A cláusula foi rejeitada pela categoria na semana passada. Para o Sintraturb representaria um corte significativo na arrecadação mensal. Segundo Waldir Gomes, pelo menos o temor de demissão não se justifica, já que o corte será feito pelas empresas de forma gradual e espontânea.

– Somente nos casos em que o cobrador pedir demissão é que a gente não vai repor a vaga. A ideia é fazer isto até chegar no número estipulado pelo novo edital do transporte coletivo – disse Gomes.

Segundo o presidente do Setuf, assim que a negociação for fechada, será dado um aumento de 5% retroativo a 1º de maio. Os outros 3% viriam em 1º de novembro. Já a redução das vagas de cobradores aconteceria naturalmente, sem prazo definido.

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1,3 cobrador por ônibus da frota

Pelo documento assinado na semana passada, o Consórcio Fênix deve ter no seu quadro de funcionários as médias de 2,6 motoristas por ônibus e 1,3 cobrador por ônibus da frota total da empresa. A frota mínima estipulada é de 517 veículos circulando, o que representa 673 cobradores contratados. Este seria o chamado “ponto de corte” no número de funcionários. De acordo com Gomes, mensalmente de 15 a 20 cobradores pedem demissão. Se for mantido este contexto, as empresas atingiriam o limite em 20 meses.

Os prazos para a empresa

O contrato entre a prefeitura e o Consórcio Fênix foi firmado no último dia 30 e começou a correr os prazos para que sejam feitas mudanças no serviço prestado a população. Pelo contrato, a empresa tem 60 dias para entregar o projeto do sistema de monitoramento do serviço. Em seis meses a frota deve ser adequada ao novo edital, com todos os veículos equipados com câmeras de monitoramento, GPS, acessibilidade e integração. Em caso de paralisações ou reclamações do serviço, a empresa pode ser multada ou até perder a concessão.

Prefeitura fala em readequação

Sobre a negociação entre Setuf e Sintraturb, a Secretaria Municipal de Mobilidade explicou que só haverá demissões por justa causa e que a proposta dos empresários é para readequação dos profissionais do setor de cobrança.

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No novo serviço de transporte da Capital, contratado entre prefeitura e Consórcio Félix na última semana, está prevista redução da tarifa de R$ 2,70 para R$ 2,58 em pagamento no cartão e de R$ 2,90 para R$ 2,75 em pagamento em dinheiro. Além disso, a integração entre linhas complementares pode ser feitas dentro do intervalo de 2h entre desembarque e novo embarque. Porém, o sistema de integração ainda não foi implantado por problemas técnicos, segundo o Setuf.