Moradores de Blumenau tiveram que encarar nesta quinta-feira o dia com duas paralisações no transporte coletivo da cidade. Sem ônibus por quatro horas — das 9h às 11h e das 15h às 17h —, a cidade viu ocorrer a primeira paralisação e ameaça de greve do novo sistema de transporte da cidade, controlado pela Blumob desde julho.
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Segundo o presidente do Sindicato dos Empregados das Empresas Permissionárias do Transporte Coletivo Urbano de Blumenau (Sindetranscol), Pradelino Moreira da Silva, 100% dos trabalhadores aderiram às paralisações desta quinta e cruzaram os braços nas quatro horas de parada. Não há previsão ainda de novos movimentos nos próximos dias, mas a categoria deve se reunir sexta de manhã para analisar a chance de novas paralisações temporárias. O que o sindicalista garante, no entanto, é o risco de greve total a partir de segunda-feira se a Blumob não se pronunciar.
_ Depois das paralisações ninguém da empresa entrou em contato. A última reunião foi no dia 9 e desde então não marcaram novas conversas. Se a empresa não se manifestar até domingo, segunda-feira pode ter greve.
A Blumob, concessionária do transporte coletivo em Blumenau, disse que iria se manifestar somente através de nota oficial. Um comunicado foi emitido informando que a empresa entrou com ação na Justiça do Trabalho para evitar as duas paralisações dos funcionários da empresa programadas para ontem e também uma possível greve na segunda-feira.
De acordo com o texto, a empresa esclarece que mantinha negociações com o Sindetranscol para manter todas as condições do acordo coletivo vigente, “sem perdas de direitos aos trabalhadores expressos no documento” e que a expectativa da empresa é de que “não haja prejuízo à cidade, aos usuários do transporte coletivo e a seus colaboradores”.
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Presidente do Seterb, Carlos Lange disse que a prefeitura notificou a empresa para que garanta o transporte coletivo à população e confirmou que recebeu o aviso de estado de greve do sindicato ontem à tarde. Em tom apaziguador entre os lados, Lange afirmou que o Seterb espera “bom senso e conversas” entre sindicato e Blumob, para que ambos entendam as demandas e não permitam que a cidade sofra novamente sem ônibus.
– Não temos grande poder de interferência nesse momento, o que podemos fazer é orientar a população. Acredito que a situação não chegará ao ponto de uma greve, espero que reine o bom senso entre as partes – declarou.
Confira o que pede Sindicato dos Empregados das Empresas Permissionárias do Transporte Coletivo Urbano de Blumenau (Sindetranscol):
– Proibição de terceirização de qualquer atividade no transporte;
– Garantia da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT);
– A prevalência da CCT sobre qualquer acordo individual ou coletivo;
– Não validação de rescisão contratual sem a prévia negociação com a entidade sindical;
– Reposição salarial de 1,83% referente à inflação e o aumento real de 3%;
– Reajuste de vale-alimentação de 700 para R$ 820;