Duas empresas familiares e tradicionais de Joinville, a metalúrgica Duque e a fabricante de ônibus Busscar estão em recuperação judicial e prestes a votar o plano que decidirá o futuro das operações.
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>> Entenda o caso da Duque e da Busscar
Os trabalhadores fazem parte da lista de credores das duas companhias. No caso de falência, a categoria é a de número dois na lista de prioridade de pagamento após o leilão dos bens da empresa.
Não dá para precisar quanto tempo os ex-funcionários vão ter que esperar para receber o dinheiro. Há casos em que duas décadas após a decretação de falência ainda há dinheiro para receber.
Na recuperação
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Na situação em que o plano de recuperação é aprovado, o texto deve prever o pagamento da dívida com os trabalhadores em até 12 meses.
Só que se a recuperação não der certo, é provável que os bens da empresa já tenham sido utilizados para outros fins, como capital de giro, e no caso de falência posterior, já não haverá mais os bens para garantir o pagamento dos trabalhadores. Aprovar o plano de recuperação, portanto, é um voto de confiança do trabalhador.
O presidente do Sindicato dos Mecânicos, Evangelista dos Santos, afirma que a entidade sempre torce pela recuperação judicial para preservar ou estimular postos de trabalho, mas quer ter a garantia de que os bens da empresa não serão vendidos antes de quitar as dívidas com os trabalhadores, justamente para reduzir a insegurança.
– No caso da Busscar, até agora, o que foi vendido não reverteu para os trabalhadores – diz Evengelista.
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O sindicato também tem dúvidas sobre a proposta de pagamento parcial dos débitos em ações da ex-fabricante de ônibus.
– Aceitar ter ações de uma empresa que hoje não vale nada? A empresa também não fala em correção monetária – afirma.
Expectativa
A possibilidade de ressurgimento da Busscar – ainda que no cenário mais positivo não ocorreria antes de seis meses após a aprovação do plano – mexe com as emoções de ex-funcionários.
O Sindicato dos Mecânicos recebeu há algumas semanas duas trabalhadoras que queriam pedir demissão do emprego atual argumentando que a empresa iria retomar as atividades. O sindicato não recomenda este tipo de ação e pede cautela.
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Hoje, a maioria dos ex-funcionários das duas empresas está empregada. Os da Busscar foram absorvidos em parte pela Marcopolo e outras companhias do ramo.
Na fabricante de barcos Brunswick, por exemplo, boa parte dos trabalhadores da produção é oriunda da Busscar em virtude da qualificação altamente especializada.
Evengelista alerta que a Busscar pagava acima da média e não tinha cobrança de produção, algo que não deve se repetir num eventual retorno da empresa ao mercado.
Recomendações do presidente do sindicato aos trabalhadores:
– Procure se informar sobre o plano e compareça à reunião do dia 22 de julho, na sede do sindicato, que fica na Rua Luiz Niemeyer, nº 184, Centro de Joinville. Serão três rodadas para sanar as dúvidas, às 9 horas, 16 horas e 19 horas.
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– Não abra mão do emprego atual achando que pode ser contratado pela Busscar. Mesmo que a empresa se recupere, não há qualquer indicação de quais profissionais seriam chamados de volta.
– Esteja ciente de que há insegurança no andamento dos negócios. Mesmo em recuperação judicial pode haver o risco de a empresa quebrar novamente.
– Não tome qualquer decisão antes de receber uma proposta concreta e analisar as condições. O sindicato está à disposição para sanar as dúvidas.
– Esteja ciente de que se a empresa voltar a funcionar terá novas regras e as condições de trabalho não serão as mesmas.
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