O Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro responsabilizou a TV Bandeirantes pela morte do repórter cinematográfico Gelson Domingos, de 46 anos. Ele estava neste domingo na favela de Antares e participava da cobertura de uma operação da Polícia Militar contra o tráfico de drogas, quando foi atingido no peito por um tiro de fuzil. O projétil ultrapassou o colete à prova de balas.
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A presidente do sindicato, Suzana Blass, critica os coletes fornecidos pelas empresas de comunicação:
– Isso (o colete) é uma maquiagem. Os coletes não oferecem segurança para o profissional porque não protegem contra os tiros de fuzil, a arma mais usada pelos bandidos e também pela polícia no Rio. E as emissoras só dão o colete porque a convenção coletiva de trabalho estabeleceu que o equipamento é obrigatório em coberturas de risco.
Blass afirmou ainda que o sindicato pode recorrer à Justiça para obrigar a Bandeirantes a amparar a família do cinegrafista.
Profissional premiado
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Domingos e o repórter Paulo Garritano ganharam em 2010 menção honrosa na 32ª edição do Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, na categoria TV Documentário, com a série sobre pistolagem no Nordeste, exibida no programa Caminhos da Reportagem.
Mais segurança
A presidente do sindicato diz que os cinegrafistas buscam a melhor imagem e, por isso, aceitam o trabalho sem pensar nos riscos que correm. Para melhor a proteção dos profissionais, o sindicato propôs às empresas de comunicação que fosse criada uma comissão de segurança para acompanhar coberturas em situações de risco. De acordo com Blass, a proposta não foi aceita porque as empresas afirmam que seria uma ingerência no trabalho delas:
– Também já pedimos que as empresas de comunicação façam um seguro diferenciado para as coberturas de risco, mas elas responderam que já protegem seus funcionários – diz.