Um dia após a confirmação da greve de motoristas e cobradores, o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Florianópolis (Setuf) divulgou uma nota sobre o impasse com a categoria.
Continua depois da publicidade
A paralisação está prevista para começar na segunda-feira, a partir da 0h. Vans poderão substituir transporte coletivo durante a greve de ônibus em Florianópolis.
Leia a nota do Setuf na íntegra:
“Redução de jornada com ganho real de salário: equação economicamente inviável
Continua depois da publicidade
Após várias reuniões desde o mês de abril entre os sindicatos patronal e laboral, as negociações para a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) do transporte de passageiros em Florianópolis estagnaram em função de um impasse.
O Sintraturb, que representa os trabalhadores do setor, quer a extinção da jornada de 6h40, fazendo com que todos que estão enquadrados neste regime passem a fazer 6h.
Contudo, o que o Sintraturb exige como condição para não haver greve da categoria na cidade já existe. As empresas que operam na Capital oferecem os turnos de 3h, 6h e 6h40, sendo que a maioria absoluta dos trabalhadores (motoristas e cobradores) escolhe a jornada de 6h40 em função de alguns benefícios como:
Continua depois da publicidade
– Uma hora de intervalo – a jornada de 6h tem intervalo de 15 minutos
– Possibilidade de outros ganhos – quem faz 6h não pode fazer hora extra, por exemplo.
Portanto, como a CCT em vigor já prevê a jornada de 6h, e se é este o desejo uníssono da categoria, basta aos trabalhadores interessados solicitar às empresas a mudança de turno.
O que está na mesa para que a população não fique sem transporte coletivo é a dupla oneração do sistema – a menor produtividade causada pela redução da jornada e o tradicional reajuste anual.
Florianópolis já tem um dos maiores salários para as categorias de motoristas e cobradores do país, além de benefícios superiores ao do serviço público municipal, como: vale alimentação de R$ 380,00, participação sobre resultado (equivalente a 5% do salário nominal) pago a cada seis meses, entre outros.
Continua depois da publicidade
Fazemos este esclarecimento para que a população entenda que as empresas estão abertas para negociações razoáveis envolvendo todas as partes – trabalhadores e usuários do setor – e que sejam minimamente saudáveis para a gestão tanto das empresas quanto do poder concedente (Prefeitura).
O que não podemos compactuar é com uma exigência economicamente inviável que trará prejuízos para todo o transporte coletivo da Capital.
A Direção
SETUF“
Entenda o caso:
O que os trabalhadores pedem
– Redução de jornada de 6h40min diárias para 6h, sem redução de salário. Hoje, motoristas ganham R$ 1.517 e cobradores, 60% deste valor.
Continua depois da publicidade
– Ajuste salarial em conformidade com a inflação do período e aumento de 5%.
O que dizem as empresas de ônibus
– A redução da carga horária é inviável, pois exigiria a contratação de mais 250 trabalhadores.
– Para arcar com o custo, seria preciso aumentar a tarifa de ônibus para R$ 3,20.
– A proposta de aumento salarial é ajuste conforme a inflação e ganho real de 1%.
E a prefeitura?
– Em busca de consenso, o prefeito vai intermediar as negociações até segunda-feira.
– A possibilidade de aumento de tarifa está descartada neste momento.
– A Justiça do Trabalho será acionada para garantir um contingente mínimo de ônibus nas ruas.