Pego de surpresa pela paralisação do transporte coletivo de Florianópolis, o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Urbano da Grande Florianópolis (Setuf), Waldir Gomes da Silva, lamentou o ocorrido.

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– Fui avisado quando já estava parado. Foi um desrespeito e uma falta de consideração com o sistema, a cidade e a população. Não temos nada que ver com a greve na saúde. É um problema daquele sindicato (SindSaúde) com o patrão dele (o governo) – argumentou.

Em contato com proprietários das empresas de transporte público, Waldir disse que o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte da Grande Florianópolis (Sintraturb) pode sofrer ações legais, inclusive por parte do seu sindicato. De acordo com a legislação, uma paralisação só pode ser feita com um aviso com 72 horas de antecedência e com 30 % da frota em circulação.

– Estamos cumprindo com todos os acordos firmados e não justifica parar o serviço, ainda mais depois da fase de terrorismo pela qual passamos. É um absurdo – disse, em referência aos atentados de duas semanas atrás, que contabilizou 27 ônibus incendiados, entre outros prejuízos.

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Sindicato dos trabalhadores não teme ação

O representante do Sintraturb, Ricardo Freitas, disse não temer uma ação contra o ocorrido.

– Não pensamos em processos jurídicos para fazer este ato. Pensamos em pessoas que estão morrendo na porta dos hospitais sem atendimento – rebateu.

Freitas disse ainda que a parada representou um sinal de que os vários sindicatos estão se unindo em prol de melhores condições do poder público.

– Enquanto o governo negocia para trazer Fórmula 1 para o Beto Carrero, os hospitais e escolas estão caindo aos pedaços. Mais de 30 entidades, entre sindicatos e associações, estão se unindo para lutar por melhores condições – avisou ele, que não descarta mais paralisações caso o governo não sente para negociar com representantes do SindSaúde.

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Sobre o motivo da paralisação, Ricardo disse não ter sido apenas solidariedade com os servidores da saúde, mas uma causa própria:

– Nossa categoria, com mais de 6 mil funcionários, tem que recorrer ao SUS para ter um atendimento na saúde. Se o governo fecha emergência, o problema é nosso também.

O diretor do Sindicato dos Bancários de Florianópolis usou a mesma linha para justificar o fechamento de algumas agências bancárias, na região central.

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A paralisação no Terminal de Integração Centro (Ticen) durou duas horas, sendo encerrada por volta do meio-dia, mas o trânsito na região demorou mais uma hora até voltar ao normal, de acordo com Polícia Militar.