O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, sugeriu hoje (21) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a recriação das câmaras setoriais para discutir o problema do desemprego no País. Depois do encontro com o presidente, em Brasília, Nobre observou que a média de demissões, no seu sindicato, permanece em 450 por mês, mas disse que esse número pode aumentar.

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– Nossa preocupação é com os próximos meses. É importante esperar o fim do primeiro trimestre para saber a dimensão do problema – disse.

Para Nobre, a câmara setorial teve resultados positivos em 1992 e agora é preciso avaliar se a ideia valeria também na atual conjuntura. O sindicato está propondo a realização de um seminário no ABC, em fevereiro, com a presença de representantes sindicais e dos governos estadual e federal, para buscar medidas que garantam ofertas de emprego.

Lula, segundo Nobre, colocou seus ministros à disposição para participar do evento.

– O presidente disse que nossa proposta é importante pois no atual momento o diálogo entre todos os agentes é fundamental – afirmou.

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O sindicalista disse que, durante a audiência, reclamou de propostas já apresentadas por centrais sindicais e empresários, de redução de jornada de trabalho e de salário.

– O que vai assegurar emprego no Brasil não é a redução de salário e de jornada, mas o crescimento econômico – ressaltou Nobre.

O dirigente reclamou também de muitos empresários estarem aproveitando a crise para demitir, porque o custo de uma demissão é “barato”.

– Está muito barato demitir no Brasil. O empresário demite agora e contrata depois pela metade do salário – criticou.

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Nobre garantiu que Lula concordou com a avaliação dele de que o “barulho” da crise não bate com os números de demissões.

– A economia, na verdade, sentirá maior impacto com o pessimismo – ressaltou.