Recentemente voltou à tona um debate que os eletricitários catarinenses pensavam estar sepultado: a privatização da Celesc. O ano passado foi repleto de lutas para os celesquianos, que em várias mobilizações paralisaram as atividades exigindo do governo e da diretoria da empresa contratações de novos trabalhadores e investimentos na rede de distribuição para atender adequadamente a população catarinense. Os trabalhadores da Celesc têm plena consciência que seu verdadeiro patrão é o povo catarinense, e não diretorias e governos que são passageiros.

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É necessário que a população não seja enganada com histórias da carochinha sobre o melhor desempenho da iniciativa privada. Felizmente hoje é mais fácil fazer comparações do que na década de 1990, quando bravamente resistimos para manter a Celesc pública. Qualquer cidadão pode buscar informações na internet sobre o desastre da iniciativa privada no setor elétrico, pois 80% das distribuidoras de energia já foram privatizadas. Das explosões de bueiros da Light no Rio às mortes de trabalhadores da Coelce no Ceará, temos um rosário de exemplos de que a energia deve ser tratada como um bem público e não ficar à mercê dos especuladores de plantão.

É verdade que passamos por dificuldades no atendimento a algumas regiões do Estado. Para os trabalhadores isso só confirma a necessidade de ampliar a luta por melhores serviços prestados à população. Os sindicatos de eletricitários catarinenses estarão convocando novas mobilizações na busca deste sonho acalentado por décadas: uma Celesc verdadeiramente pública, que tenha na satisfação de seus clientes seu maior patrimônio. Neste sentido estamos juntos com a sociedade. O povo quer, os trabalhadores querem. Só falta o andar de cima despertar.