A sensação de insegurança tomou conta da família do professor Henrique Finco, 58 anos, que dá aulas na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e mora em Florianópolis há 30 anos. Na noite desta segunda-feira, Finco foi atacado com uma facada no pescoço em uma lanchonete no bairro Agronômica. A vítima classifica o crime como um “ataque gratuito”. O medo da violência faz o professor pensar em se mudar.

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Leia a entrevista:

Diário Catarinense – Como foi o ataque que o senhor sofreu?

Professor Finco – Eu estava esperando o lanche ficar pronto quando esse homem chegou. Ele ofereceu um presente e tirou uma faca. Depois perguntou se eu queria comprar a faca. Eu respondi que meu dinheiro só dava para pagar o lanche e ele me atacou. Ainda consegui segurar o braço dele e isso amorteceu a facada. Mesmo assim ele me feriu, atingiu veias importantes e eu perdi muito sangue. Algumas pessoas no local reagiram e o homem fugiu.

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DC – O senhor conhecia esse homem?

Finco – Eu nunca tinha sequer visto ele na minha vida. Foi um ataque gratuito mesmo. Sem nenhum motivo.

DC – Como fica a sensação de insegurança?

Finco – Sinceramente, estou com medo. Penso até em me mudar. Não sei como funciona a cabeça de uma pessoa assim, mas a vida importa muito pouco para ele. Temos muito medo dos desdobramentos. Inclusive a minha família está em perigo. Eu trabalho em Florianópolis, onde moro há 30 anos, então tenho uma vida inteira aqui. Mas penso em me mudar, talvez para algum lugar mais afastado, onde eu possa refazer meu circuito de circulação.

DC – Qual o sentimento em relação ao agressor?

Finco – Eu não tenho raiva e nem ódio, mas isso tudo é um terror. De coração, eu tenho até pena dele. Para fazer uma coisa dessas, só pode ser uma pessoa doente. Pelo que me informaram, esse homem já matou uma pessoa antes e recentemente se jogou do prédio do Tribunal de Justiça. Então trata-se de uma pessoa extremamente perigosa e que precisa de tratamento.

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DC – Após a cirurgia, qual foi a orientação dos médicos?

Finco – Eu recebi alta, mas vou ficar de repouso. Levei os pontos no pescoço, mas ainda vou passar por avaliação mais detalhada para identificar os problemas. O médico me alertou sobre a possibilidade de ter alguma hemorragia, o que seria grave. Mas em princípio estou bem. Muito assustado agora que está caindo a ficha, mas estou bem.

O crime ocorreu na noite desta segunda-feira no bairro Agronômica. Após ser esfaqueado em uma lanchonete, o professor Henrique Finco foi levado pelos bombeiros ao Hospital Universitário. O agressor foi preso em uma via próxima portando a faca usada no ataque.

Finco é natural de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul. Ele foi professor de Jornalismo na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e é um dos fundadores do curso de Cinema.

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