Mais um amanhecer gelado na Serra Catarinense nesta quinta-feira com novo recorde de temperaturas negativas para 2016 no Estado. Às 5h da manhã fazia – 3.5 °C no Morro da Igreja em Urubici, onde pela segunda noite seguida foi registrada a mínima da madrugada catarinense. Já no Morro das Antenas, em Urupema, a vegetação amanheceu toda branca coberta de sincelo, outro fenômeno característico da região.

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(Foto: Leo Munhoz / Agencia RBS)

Além dos cristais de gelo congelados sobre a superfície, o vento com velocidade média de 40km/h e as rajadas de até 70km/h, derrubavam a sensação térmica para – 24°C. E foi esse frio intenso e paisagens bonitas que motivaram pessoas a viajar pela madrugada rumo à Serra.

Ainda era escuro quando Ronaldo e Anita Klebber, de Pomerode, chegaram pela estrada que conduz ao topo do Morro das Antenas, a 1.750 metros de altitude. O casal deixou sua residência às 11h da noite de terça-feira em busca de frio.

— Todo ano a gente vai atrás do frio. Nessa noite já fomos para Urubici e agora vamos ficar aqui (Urupema) até amanhecer. Deve ficar bonito se o sincelo permanecer — conta Ronaldo, vestido com touca, casacos e cachecóis ainda dentro do carro.

(Foto: Leo Munhoz / Agencia RBS)

O sincelo ocorre quando em noites frias e de nevoeiro intensos a umidade do ar se congela ao tocar a superfície do solo. Formam-se cristais brancos de gelo, que lembram neve ou geada, mas são mais finos e não caem como chuva. Apesar do frio em toda a região de Urupema, o fenômeno se restringiu ao topo do Morro das Antenas, onde havia nevoeiro rente ao solo.

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Conforme o dia ficava mais claro e amanhecia, mais carros chegavam ao topo do Morro das Antenas. Jornalistas, fotógrafos, turistas, entusiastas todos em busca de uma sensação rara. De Bombinhas, no Litoral, Alex Pinheiro viajou com a família durante toda a noite. Nelson e Priscila Lima saíram de Lages e, às 6h30min, foram os primeiros a criar coragem e sair do carro para fotografar.

(Foto: Leo Munhoz / Agencia RBS)

— Nunca tínhamos visto. Muito bonit,o tudo branco, e frio, muito frio — fala rápido enquanto esconde as mãos nos bolso Nelson Lima, que é de São Paulo, e mora há 6 meses em Lages.

O casal paulista, acostumado com calor e médias acima de 30 °C, já se encantou pelo frio catarinense e resumiu bem como encara o inverno e as temperaturas mais frias:

— Zero grau é muito melhor que 40° C — garante Nelson Lima.

(Foto: Leo Munhoz / Agencia RBS)