Olha para os dois lados da rua, espera o fluxo de carros ficar mais calmo e corre. Foi o que fizeram os trabalhadores que se dedicavam a concretar a calçada, passagem dos pedestres que vão utilizar a sinaleira instalada na alça de acesso à Ponte Colombo Salles, em Florianópolis. A medida divide opiniões entre quem se preocupa com a lentidão do trânsito e quem deseja atravessar a rua.
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O semáforo fica ativo a partir deste sábado (20). Funcionará da seguinte forma: perto do local da travessia, pedestres poderão apertar um botão quando desejarem atravessar a via. Quando o aviso ficar vermelho, poderão atravessar.
Entre o público que seria beneficiado pela iniciativa, estão as pessoas que transitam à pé ou de bicicleta pela passarela ligada à Ponte Colombo Salles (que sai da Ilha de Santa Catarina) e os frequentadores dos clubes de remo da Beira-Mar. Antes da medida, os pedestres precisavam escolher entre encarar uma caminhada ou se arriscar com os carros na via rápida. Para esse público, as duas alternativas seguras estão à mesma distância, de pouco mais de um quilômetro: até a passarela em frente ao CentroSul e até a faixa de pedestres próxima ao trapiche da Beira-mar.
Para o remador Marcelo Neves, que não tem carro, o percurso percorrido regularmente por ele na saída do clube de remo reduziria de meia-hora para cinco a 10 minutos. Ele usa o Terminal de Integração do Centro para chegar ao bairro Saco dos Limões, onde mora, e vai usar a faixa quando ela começar a funcionar.
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Parte da diretoria de um dos clubes de remo do entorno, ele conta que a demanda existe há mais de 15 anos. Nesse período, dois remadores foram atropelados no trecho.
— A gente fazia abaixo-assinado há mais de 15 anos para pedir uma passarela, e nada. Agora vai melhorar bastante. Já teve dois remadores nossos já foram atropelados. É muito perigoso — fala.
O colunista da NSC Total, Renato igor, alertou que a faixa de pedestres no trecho – que é de via rápida e um dos principais meios de saída da ilha – seria um teste de stress aos motoristas.
No período em que esteve próximo ao semáforo, a reportagem do Hora de SC observou os trabalhadores que concretavam a calçada do outro lado da via, que corriam para atravessar a rua. A cena se repetiu pelo menos quatro vezes, sempre com algum objeto na mão, que variava de uma tábua de dois metros a uma maleta de ferramentas.
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Pedro Rodrigues, mestre de obras que coordena os trabalhadores, afirma que a faixa de pedestres é uma boa solução. Nos dois dias em que a trabalha no trecho e o semáforo não funciona, os funcionários tem que prestar atenção e contar com a sorte.
Para o carpinteiro Valdemar Bittencourt, do jeito que está, não dá pra ficar.
— Agora é muito difícil. A gente tem que esperar um pouquinho, mas mesmo assim a gente põe a vida em risco, tem que sair correndo — conta.
Aos motoristas que passam pelo trecho que irão encontrar o semáforo funcionando, o remador Marcelo aconselhou:
— Tem que ter paciência.