Tem gestante que sente exatamente quando a hora em dar à luz está chegando. No entanto, há quem confunda o estágio inicial do trabalho de parto com sintomas como gases, azia, dor lombar, indigestão ou diarreia. Compreender as diversas mudanças que ocorrem no corpo de uma grávida e os sinais que indicam que o nascimento do bebê está próximo pode ajudar a mulher a se preparar para o parto e ter uma experiência saudável.

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Segundo Erica Mantelli, ginecologista e obstetra, o trabalho de parto ocorre, gradualmente, podendo levar horas e até dias, até que a gestante perceba que as sensações fazem parte do início do nascimento do bebê.

— À medida que o parto se aproxima, o corpo da gestante sofre mudanças, uma delas é a eliminação do tampão mucoso pela vagina. É uma secreção gelatinosa branca que pode ter um pouco de sangue e ficar avermelhada ou marrom. O tampão mucoso está associado ao afinamento do colo do útero e início da dilatação. Isso pode ocorrer dias antes das contrações começarem – explica.

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É importante destacar que, ao entrar em trabalho de parto, a gestante sente contrações no abdome e nas costas que vão se tornando dolorosas, frequentes e intensas. A partir do sétimo mês já é possível sentir algumas contrações uterinas, porém são mais fracas, rápidas e demoram para se repetir, diferentemente das contrações do trabalho de parto. A melhor maneira de se certificar de que essas contrações sinalizam o início do trabalho de parto e não um alarme falso, é cronometrá-las.

— Marque os horários em que as contrações começam e quanto tempo duram, monitore-as por duas horas. Se ela não avançar ou der uma pausa, comece a cronometrar novamente para notar se houve alguma mudança. As contrações merecem mais atenção quando tiverem duração de 30 segundos com intervalos de cinco minutos entre elas – detalha a ginecologista.

O trabalho de parto é diferente em cada mulher. Algumas gestantes notam os sintomas rapidamente, enquanto outras demoram a sentir contrações. Para aquelas que estão passando pela situação pela primeira vez, o trabalho de parto costuma durar até 16 horas.

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Já na segunda gestação esse período fica em torno de 7h ou 8h. A dor e o cansaço sentidos no trabalho de parto também variam entre as gestantes. Por isso, é importante a futura mamãe não criar expectativas a partir de comentários de outras gestantes. Identificar os principais sinais do trabalho de parto serve de alerta e ajuda a grávida a perceber se é o momento certo de ir para o hospital.

Sinais que indicam o começo do trabalho de parto

Colo do útero

O colo torna-se cada vez mais fino, amolecido, e dilata em até 10 centímetros.

— Essa mudança do colo do útero pode ser comprovada por meio do exame de toque feito pelo obstetra – ressalta a ginecologista.

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Para diagnosticar trabalho de parto o colo tem que estar mais fino e acima de 3 – 4 cm de dilatação. Durante o trabalho de parto a dilatação aumenta cerca de 1 cm por hora.

Contrações

Elas acontecem em intervalos regulares e cada vez menores, tornando-se mais longas e intensas. A gestante deve ficar atenta para não confundir as contrações de trabalho de parto com as de Braxton Hicks.

— É normal sentir dificuldade na hora de diferenciar uma contração verdadeira do alarme falso. As contrações que não dilatam o colo uterino são conhecidas como trabalho de parto “falso”. Já as verdadeiras são mais demoradas, fortes e têm intervalos menores entre elas – diz Erica Mantelli.

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Durante o trabalho de parto as contrações duram em média 30 – 40 segundos, com frequência de 2 – 3 contrações a cada 10 minutos.

Dores no corpo

A gestante sente uma dor constante na parte inferior das costas ou no abdome, ficando mais forte conforme aumenta a dilatação.

Saída do tampão mucoso

No final da gestação, o colo começa a dilatar e ficar fino, causando a perda do tampão mucoso. A partir disso, a mulher irá notar a saída de uma secreção de muco amarronzado ou avermelhado.

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— Isso mostra que o trabalho de parto está se aproximando. Geralmente, a gestante entra em trabalho de parto após ocorrer a saída dessa secreção – afirma Erica Mantelli.

A bolsa rompeu

Isso indica a ruptura das membranas conhecida como bolsa d’água, onde fica o líquido amniótico.

— Quando a bolsa se rompe, a gestante não sente dor, apenas a sensação de uma água morna escorrendo pelas pernas, podendo ser confundido com urina. A diferença é que o líquido amniótico é transparente como água, e em algumas situações pode estar esverdeado (se o bebê tiver evacuado, podendo ser sinal de sofrimento fetal). Normalmente, a mulher perde meio litro de água, mas a quantidade depende se a bolsa rompeu por completo. Em casos de rupturas altas, a perda de líquido pode ser pequena, apenas suficiente para umedecer a calcinha, sem escorrer – explica a ginecologista.

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Qualquer perda de líquido deve ser avaliada pelo obstetra, para identificar se não é líquido amniótico ou corrimento vaginal. A coloração do líquido amniótico é muito importante para demonstrar se o bebê está bem ou não, então procure médico o quanto antes. Vale destacar que nas últimas semanas de gestação, é comum ocorrerem contrações irregulares e indolores, sem que isso signifique o início do trabalho de parto.

Quando é hora de ligar para o médico

Não hesite em ligar para o obstetra ao notar qualquer mudança, contração frequente, perda de líquido ou sangramento, principalmente se for antes de completar a 37ª semana de gestação. É importante tirar todas as dúvidas em relação às contrações para identificar se a hora do parto está próxima.

— Alerte seu médico ao sentir um aumento na pressão pélvica, apresentar sangramento vaginal e/ou secreção abundante ou notar diminuição acentuada no nível de atividade do bebê – alerta a médica.

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A gestante deve ir ao hospital quando as contrações durarem 30 segundos ou mais, com cinco minutos de intervalo entre elas, por pelo menos uma hora.

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