A última semana colocou em evidência um dos personagens mais conhecidos e reverenciados por adultos e crianças de diferentes culturas. Além da morte do criador do Fofão, palhaço interpretado pelo ator Orival Pessini (que encantou gerações de fãs em programas televisivos na década de 1980), ampliaram-se as notícias sobre a aparição de palhaços assustadores em vários cantos do mundo.
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Os primeiros registros aconteceram no final de agosto, na Carolina do Sul (EUA), onde palhaços que pareciam saídos de um filme de terror assustaram crianças que iam para a escola. Desde então, mascarados esquisitos foram vistos na Inglaterra, no Canadá, na Austrália e até no Sudeste do Brasil. Para completar, a maior rede de fast food do mundo decidiu dar um longo período de férias para seu grande ícone, Ronald McDonald.
O riso e o medo, a bondade e a maldade acompanham esta figura ambígua, caracterizada por feições e trajes desproporcionados e multicoloridos. O palhaço substantivo é um personagem cômico, engraçado, lírico e inocente. Constitui-se em uma das ocupações mais antigas do mundo. Além de relatos de figuras similares no Egito de 2.500 anos antes de Cristo, havia os bobos da corte nas monarquias, para entreter o rei e a rainha e fazê-los rir, podendo, inclusive, criticar o soberano sem correr riscos. Talvez esteja aí a origem de um tipo de humor muito comum nos nossos dias: com brincadeiras despretensiosas, acabamos por fazer críticas sérias.
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Já como adjetivo, palhaço é uma espécie de fardo, atribuído por terceiros a alguém que de um modo geral não pode ser levado a sério, seja porque faz papéis ridículos, fala tolices ou muda com frequência de opinião.
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Aliás, se existe algo em comum entre as diferentes conotações que se pode dar ao termo palhaço é que ele existe para chamar atenção. Palhaços são feitos para entreter, passar o tempo. E distrair-nos, enquanto coisas mais importantes acontecem.
Talvez não seja por acaso que crianças nos primeiros anos de idade, às vezes, se assustem com palhaços. Quem sabe não intuem, em sua inocência, que a figura aparentemente simpática daquele personagem (não raro contratada pelos pais para animar seu primeiro aniversário) pode não ser sempre portadora de bons presságios.