De uns anos para cá, em diversas áreas do consumo, o fosco vem se firmando como uma tendência. Da impressão em papel à pintura das paredes e dos carros, o acabamento que não reflete, impede a passagem da luz e da claridade evoluiu das artes gráficas, da arquitetura e do automobilismo para o corpo humano, especialmente o feminino.

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Chegou ali por meio dos produtos de beleza, com o charme francês das grandes casas da perfumaria e uma denominação à altura deste requinte. O efeito matte, já presente nos batons, nos esmaltes, nas bases e nos cremes corporais.

Espalhado pelo corpo e ao alcance dos olhos, o que aconteceria se o fosco fosse um pouco mais longe e se alastrasse também para o espírito e o jeito de ser? Trata-se, afinal, de um acabamento que enobrece tudo aquilo que toca. Por que não poderia trazer este mesmo apelo ao universo da alma?

Opaco, coberto de sombra, o fosco guarda em sua constituição uma espécie de segredo, de algo que não se revela no todo, tão diferente do que vemos nas pessoas supermegaexpostas nas mais diversas redes sociais.

Importante registrar que uma das características mais apreciadas do acabamento fosco nos produtos é o fato de conferir resistência e durabilidade. Duas peculiaridades que vão de encontro à velocidade e ao caráter descartável de grande parte das coisas que nos cercam. Inclusive as ideias.

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O fosco se destaca também por ser algo elegante e com aparente sofisticação. Diferente de qualquer commodity. Seria possível traduzir estas virtudes para o comportamento?

Gente fosca teria menos brilho e mais consistência, menos exposição e mais mistério. Seria discreta, porém marcante. O que significa dizer que teria uma identidade digna de chamar de sua.

Há, ainda, outra benesse do fosco que seria bem-vinda nesta constituição humana que aqui se especula. Além de todos os atributos já citados, o fosco agrega um acabamento aveludado, agradável e sensível ao toque. Isto não se transformaria em pessoas mais receptivas e interessantes? A conferir!