Nem parece que estamos às vésperas de mais um Natal, período em que a solidariedade e a esperança normalmente prevalecem, com uma pequena vantagem, sobre as mazelas do cotidiano.

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O caráter das informações que tomaram conta do noticiário no último fim de semana, com a revelação dos primeiros dados do que ficou conhecido como “a delação do fim do mundo”, assemelha-se mais a um cenário do conto “O Alienista”, de Machado de Assis, do que aos tempos de congraçamento que precedem a chegada do Bom Velhinho.

Se confirmadas as acusações da delação feita pelos executivos da maior empreiteira do País, corremos o risco de, como na Itaguaí de “O Alienista”, termos 75% da população (do Congresso, no caso) internada como loucos (detidos como prováveis corruptos) no manicômio Casa Verde (ou no que se convencionou chamar “A República de Curitiba”).

Lição difícil e dolorosa para todos os que se sustentam apenas com o esforço de seu trabalho, mas, ao mesmo tempo, necessária se almejamos um Brasil mais ético e justo, pelo menos para os nossos filhos.

Já que o macrocosmo em que vivemos não vem contribuindo com o espírito natalino, melhor buscar no microcosmo das experiências nossas de cada dia atitudes mais condizentes com as expectativas para este fim de ano. Elas existem, leitor, e podemos não apenas encontrá-las, mas também proporcioná-las às pessoas que nos cercam como protagonistas.

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Ainda sob o impacto das delações (e imaginando seus prováveis desdobramentos), resolvi dar uma revisada na caixa de e-mails e tive a satisfação de encontrar uma singela mensagem de agradecimento. Era de um cliente que saía de férias e despedia-se agradecendo a cada uma das pessoas de nossa equipe pelas interações profissionais e atenciosas ocorridas ao longo de 2016, mesmo em situações de estresse e de cobranças.

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Fiquei emocionada com esse gesto de gratidão. Apesar da crise, de nosso entorno estar de cabeça para baixo, ainda existe espaço para o comprometimento e o relacionamento saudável e generoso, inclusive no ambiente de trabalho.

Sou grata a muitas pessoas com quem convivi em 2016 e a cada uma delas quero expressar este sentimento. Começando por você, leitor, com quem tive o privilégio de dividir histórias e ideias sempre às terças.