A notícia de que o livro “Forrest Gump”, de Winston Groom, está completando 30 anos de publicação com uma edição comemorativa me fez recordar com saudades do filme homônimo que inspirou, dirigido por Robert Zemeckis em 1994. Interpretado por Tom Hanks, Forrest Gump, com sua inocência infantil, tornou-se um dos personagens mais cativantes do cinema.

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Com dificuldades para caminhar e pensamento lento, o menino Gump – estigmatizado no meio em que vivia – aprendeu com a mãe a ter sempre um jeito positivo de encarar a vida, inclusive nas adversidades. Indiferente às hipocrisias da humanidade, participou, de forma serena e natural, de alguns dos mais importantes acontecimentos da história americana na segunda metade do século 20, construindo uma trajetória de sucesso que jamais interferiu em sua essência: um homem sincero do Alabama, sensível e apegado às coisas que lhe davam prazer.

Foi assim que Gump, apesar de ter nascido com condições físicas e mentais abaixo da média, ingressou na Universidade do Alabama para jogar futebol americano (graças a sua velocidade), integrou o Exército americano na Guerra do Vietnã, inspirou os famosos movimentos de quadril de Elvis Presley e a composição de Imagine por John Lennon e conheceu pessoalmente três presidentes dos Estados Unidos (John Kennedy, Lyndon Johnson e Richard Nixon).

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“Não sei se cada um tem um destino ou se só flutuamos sem rumo, como numa brisa… mas acho que talvez sejam ambas as coisas. Talvez as duas coisas aconteçam ao mesmo tempo”, filosofava. O barato de Gump é que ele apresentava uma capacidade fantástica de não se abalar com os percalços da vida (ou não inflar o ego com suas grandes realizações), em uma época em que a palavra resiliência ainda não havia sido descoberta no ambiente da psicologia e dos negócios, e tinha apenas sua conotação original oriunda da física: propriedade que alguns corpos apresentam de retornar à forma original após terem sido submetidos a uma deformação elástica.

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Viver um dia de cada vez, encarando com disposição de espírito os encantos e desencantos que a vida oferece, é o grande legado das histórias contadas por Forrest Gump. Afinal, como dizia sua mãe, “a vida é como uma caixa de chocolates: você nunca sabe o que vai encontrar”. Abra e experimente!