Chegamos ao mês de dezembro, e com ele a tradicional contagem regressiva para o fim do ano e a conclusão de mais um ciclo como passageiros destas paragens.
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Dias corridos esses de dezembro, com um pé em 2016 e o outro já levantado em direção a 2017. E, no meio do caminho, uma respeitável lista de afazeres, muito acima da média dos outros meses, cuja conclusão nos dará o bilhete premiado para um merecido período de descanso. Que não sai barato. Porque se já nos acostumamos com o fato de que não existe almoço de graça, às férias, vamos descobrindo com o passar do tempo, se aplica exatamente o mesmo princípio.
Entre as muitas atribuições destas semanas que antecedem o período das festas, nosso velho e saudável costume de voltar os olhos para dentro, em busca de ressignificar vivências, promover resgates e realizar desapegos.
O que merece nos acompanhar para a próxima jornada de 12 meses, e com qual frequência e grau de intensidade? O que de bom precisamos resgatar, que por algum motivo se perdeu ou ficou esquecido no meio do caminho? O que permaneceu apenas no campo das intenções e das promessas que nos fizemos, seja há um ano ou há uma década?
E o que precisamos inserir em nossa relação dos desapegos? O que, de alguma forma, perdeu o sentido, embora por costume (ou inércia) continue a ocupar algum espaço em nossas vidas? O que devemos tirar do alcance dos olhos porque o conhecido “talvez-um-dia-quem-sabe-possa-servir-para-alguma-coisa” tenha uma probabilidade muito pequena de se realizar? O que foi ficando porque a força do hábito, ou algum vínculo um tanto gasto, ainda nos mantinha conectados?
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Uma atitude sem dúvida difícil de se executar, esta de decidir e fazer escolhas entre o que vai, o que fica e o que devemos trazer de volta. Somos seres apegados, que apreciam sua rotina de conforto e são avessos a qualquer tipo de mudança. E o que o desapego nos traz é a sensação de perda, de estarmos aceitando abrir mão de algo que “já foi nosso” no passado, mas deixará de sê-lo no futuro breve. Por livre e espontânea vontade.
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Devemos lembrar, no entanto, o que aprendemos com uma das três leis de Newton: duas coisas não ocupam o mesmo lugar ao mesmo tempo. Se algo se vai, abre espaço para que outro algo, de maior valor, seja resgatado.