Participantes dos Jogos Olímpicos – e telespectadores de todo o mundo – despediram-se, no domingo, de um País diferente do que os acolheu nos primeiros dias de agosto. Este, talvez, tenha sido o mais importante legado da competição para nós, os brasileiros.
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Concluímos esta tão questionada missão internacional com o orgulho de ter sediado uma festa bonita, segura e bem realizada, mostrando que, apesar do turbulento cenário econômico e político pelo qual somos constantemente noticiados em diversas línguas ao redor do planeta, somos uma nação maior do que as nossas dificuldades fazem supor. E comprovamos ter a competência de sermos receptivos, hospitaleiros e tocar a vida com alegria e dignidade.
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Foi uma surpresa para o mundo e uma carga positiva de energia mais do que necessária para a autoestima do povo brasileiro, tão desgastada pela crise e seus desdobramentos. Ao reconhecimento pelo nível de organização dos jogos, somaram-se importantes conquistas e histórias de vida de medalhistas até então desconhecidos. Trajetórias pessoais e esportivas como a da judoca Rafaela Silva, do remador Isaquias de Queiroz, do saltador com vara Thiago Braz e do boxeador Robson Conceição vão permanecer em nossas mentes como exemplos de que a superação é resultado do empenho a longo prazo.Já as medalhas de ouro das equipes masculinas de vôlei e futebol nos fizeram lembrar que uma competição é sempre diferente da outra, e que até um vergonhoso 7 x 1 para os alemães, chaga da Copa do Mundo, pode ser visto apenas como um triste capítulo do passado.
É claro que nossos problemas continuam existindo – a Lava-jato tem muito trabalho pela frente, nossos parlamentares precisam ter coragem de aprovar e implementar reformas difíceis e impopulares nos próximos meses e a economia (que dá apenas os primeiros sinais de que “parou de piorar”) continua a exigir nossa atenção e esforços para que tempos melhores venham a se tornar realidade.
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O que mudou neste período das Olimpíadas, de fato, foi o olhar dos brasileiros em relação a estas dificuldades e à proporção que tomam no nosso dia a dia. Foi o despertar da crença de que, sim, nós podemos, com dedicação e trabalho, encontrar a melhor saída para cada um dos problemas que nos afligem. Só depende de nós.