“Diga-me com quem anda e eu lhe direi quem você é.” Apesar da possibilidade de abrigar um forte viés de preconceito no que tange aos relacionamentos pessoais, este dito popular (equivocadamente atribuído a uma frase bíblica) ainda é um direcionamento forte quando se refere às marcas, seus valores e requisitos para exposição ao público.

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Na semana passada, anunciantes americanos com vultosos orçamentos de marketing retiraram suas publicidades do YouTube. O motivo foi proporcional à relevância dos acontecimentos em que foram involuntariamente envolvidos: estas empresas tiveram o anúncio de suas marcas veiculado ao lado de vídeos que promovem o terrorismo e discursos extremistas de ódio.

Decisão semelhante em relação ao canal de vídeos do Google já havia sido tomada por empresas europeias no início deste ano. “Parece que a tecnologia adiantou-se aos controles e inspeções da indústria de publicidade”, destacou o comunicado oficial de um dos anunciantes prejudicados.

De fato, existe uma preocupação comum às empresas de todos os portes e segmentos econômicos: a que conceitos, conteúdos, ideias e personagens devem associar as suas marcas?

A escolha de boas companhias contribui de forma significativa para a criação de uma identidade condizente com todos os esforços que existem por trás dos produtos e serviços que se destacam: a concepção, o desenvolvimento, a produção e a entrega de algo que atenda e supere necessidades e desejos de clientes e consumidores com um grau de exigência cada vez mais alto. Já a parceria com atrações de má índole causa o efeito inverso.

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Vivemos tempos de forte carência de atenção, o bem mais raro e disputado num mundo em que mais de sete bilhões de pessoas são produtoras de um volume excessivo de dispersões. Num ambiente digital em que muitos fazem questão de falar, mas cada vez menos têm disponibilidade de colocar os seus ouvidos à disposição.

O sucesso de público tornou as redes sociais espaços disputados para veicular mensagens comerciais que têm o propósito de nos impactar. Uma excelente relação custo x benefício, mas com um delicado porém: seus filtros, bem menos confiáveis que os dos tradicionais veículos de comunicação (pelo menos até o momento), têm alto risco de colocar a reputação dos anunciantes na berlinda.