É muito provável que jamais venhamos a conhecer as circunstâncias dos sorrisos que nos espreitam a cada dia nesta página do jornal. A questão da primazia é semelhante à do ovo e da galinha. Será que foi a vista de um sorriso agradável que levou Salmo Duarte ou Maykon Lammerhirt a registrá-lo para esta coluna? Ou, ao contrário, o sorriso foi esboçado, sob medida, para atender a um pedido do fotógrafo e compor a foto deste espaço?
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Se permanecem dúvidas sobre a origem de um sorriso (e não apenas deste, vale registrar), é fácil concluir que houve muito mais do que um movimento silencioso de extensão dos lábios para os lados e uma elevação dos cantos da boca. É assim que os dicionários costumam definir, de forma simplória, o sorriso – esta expressão comum aos seres humanos de todas as épocas e culturas, dos primeiros dias de vida à idade madura – cujas nuances se espalham nas mais diversas direções da face.
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Caso não esteja confortável com esta afirmação, experimente colocar seus dedos sobre os lábios da foto à sua frente e você continuará a ver esta pessoa sorrindo. Porque o sorriso que se desenha na boca também se estende para o canto dos olhos, as maçãs do rosto, os arredores do queixo. E mantém a serenidade na testa.
O sorriso, dizem os especialistas, é o componente mais importante na primeira impressão que causamos às pessoas que conhecemos: corresponde a 46% da imagem formada, ultrapassando mesmo os lindos olhos claros (31%), as sábias – ou nem tanto – primeiras palavras (meros 25%) e o cheiro (11%). Que dizer do cabelo, preocupação tão cara à maioria das mulheres, que fica apenas com os 6% restantes desta conta?
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Cada sorriso tem suas próprias características, como aprendemos a refletir observando a “Mona Lisa”, de Leonardo Da Vinci. Uns nascem espontâneos, vigorosos, confiantes, de lábios que parecem muito à vontade ao levar mais uma vez sua musculatura à máxima extensão; outros parecem resultar de um esforço maior: surgem discretos, tímidos, acanhados, comedidos – como se houvesse dúvida em mostrar-se ou não ali, naquele momento.
Independentemente do tipo, o sorriso é um ótimo companheiro para começar o dia. E um dos raros bens que pode ser dado em abundância: como diz a sabedoria popular, enriquece os recebedores sem empobrecer os doadores.