A restauração da Casa Fleith, na Estrada do Pico, em Pirabeiraba, não só garante o retorno da família às terras depois de 20 anos, como também deixa preservada por mais tempo a herança histórica dos imigrantes da região.
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O longo processo de recuperação só foi possível com o alto investimento do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), responsável pelo tombamento do imóvel, mas uma série de imóveis em Joinville em situação semelhante busca outras formas de manter o patrimônio material em pé.
De 2007 a 2012, pelo menos quatro deles já usufruíram do recursos disponíveis pelo Sistema Municipal de Desenvolvimento pela Cultura (Simdec), somando um total aproximado de R$ 600 mil investidos.
A primeira estrutura a utilizar o financiamento municipal foi a que serviu de casa para o imigrante alemão Friedrich August Adolf Schmidt, que chegou ao Brasil em 1882. Os herdeiros do imóvel em enxaimel, na rua Araranguá, no bairro América, encaminharam o projeto para a primeira etapa de restauração em 2007.
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Como o valor da recuperação era alto para os padrões do edital, o trabalho precisou ser dividido em outras três etapas, aprovadas nos anos seguintes. O último projeto foi contemplado no ano passado, garantindo que os móveis antigos que faziam parte da decoração da casa também fossem recuperados.
Tombado pela Fundação Catarinense de Cultura (FCC), o sobrado em enxaimel está praticamente concluído desde setembro de 2012. Segundo Victor Cavinatto, familiar proponente dos projetos de restauração, resta apenas a finalização dos quatro banheiros. Os gastos com os últimos retoques estão calculados em R$ 48 mil.
O valor é correspondente aos custos com detalhes que não estavam previstos no recorrer da recuperação. A diferença deve ser apresentada a um novo edital neste ano.
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Após terminada a obra, a família tem interesse em alugar a casa para fins comerciais. O setor de patrimônio da Fundação Cultural de Joinville (FCJ) também busca autorização do Corpo de Bombeiros para a preservação de uma escada talhada a mão, que, pela antiguidade, não corresponde às exigências de segurança.
– O importante é que ela está inteira novamente -, afirma Victor, que, em entrevista ao “A Notícia”, em 2010, estava preocupado com a estrutura comprometida da construção.
Fora de risco também está a pequena casa da rua Criciúma, no mesmo bairro, considerada uma unidade de interesse de preservação (UIP). Até novembro de 2010, a propriedade construída pela família Monich no início do século 20 estava prestes a desabar.
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Os atuais donos buscaram junto ao Simdec R$ 83 mil, suficientes para reparar os danos em toda a estrutura, do telhado ao assoalho. A moradora Janaína Lívia Lienstadt foi quem cuidou dos últimos retoques:
– Ainda falta orçamento para a parte hidráulica e elétrica, mas isso vamos fazendo aos poucos, com o que nos sobre da isenção de impostos.
Além das duas casas do América, o Centro Cultural Deutsche Schule, a casa da esquina entre as ruas Max Colin e Blumenau e a Capela Senhor Bom Jesus, no Morro do Amaral, também usaram recursos do sistema municipal e estão com nova aparência. No centro cultural, a maior parte da recuperação foi financiada por meio da Lei Rouanet. O Simdec cobriu apenas o cabeamento para o sistema de som do auditório.
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Sobrado enxaimel da rua Araranguá