Foram dias olhando para o ponto mais alto de Portugal com um certo frio na barriga. Subir o vulcão do Pico foi um dos maiores desafios desta viagem. São 2.350 metros de altitude, cerca de 5 quilômetros montanha acima. Paisagem íngreme. Chão de pedras soltas e muita cinza. ¿Mais do que preparo físico é necessário equilíbrio psicológico, foco e determinação¿, diziam as guias.
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Se me tivesse deixado vencer pelo medo, jamais subiria. O prazer de ver a paisagem mais fantástica da minha vida foi alcançado com uma boa dose de autossuperação e custou o enfrentamento do desconhecido. E assim é na vida, não é?
Não foram poucas as vezes que me perguntei: como eu vou descer depois? Foi a necessidade de manter a concentração no presente, no aqui e agora, que promoveu a maior de todas as reflexões: a fantasia costuma ser muito pior que a realidade. A expectativa do que será destrói e nos impede de ver o que é! No futuro desenhado pela incerteza do desconhecido, mora aquilo que nos paralisa e nos impede de tomar as decisões que vão transformar a nossa vida em algo realmente significativo!
Foi pensando assim que consegui avançar, um passo de cada vez… E logo adiante, a surpresa: eu tinha mais força e mais coragem do que imaginava. A montanha pedia concentração, exigia estar ali, nem no passado nem no futuro. Sem pressa, passos curtos, firmeza e paciência para achar uma pedra segura, confiança em mim mesma!
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Foi a caminhada mais transformadora e desafiadora que eu já fiz! Ao todo, doze horas na montanha.
Ainda sinto uma felicidade imensurável ao lembrar desta aventura. Sim, eu consegui OUVIR a montanha!
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