Alegria de se comunicar!

Hoje eu sei que era essa alegria que me fazia, no alto dos meus 9,10 anos de idade, esperar pelo domingo ansiosamente.

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A vinheta entrava no ar: “Silvio Santos vem aí, laiá, laiá, laiá, laiá” e eu colocava uma cadeira quase grudada na TV para não perder nada. Era um mundo feliz bem na minha frente à tarde inteirinha.

Não tinha ideia de que nascia ali uma paixão pela televisão.

Silvio, com seu sorriso largo divertia, fazia a festa com o público e convidados. Quem, da minha geração, não lembra do “Qual é a Música?”, “Show de Calouros” e seus jurados icônicos, “Quem quer dinheiro”, distribuindo notas para a plateia em brincadeiras hilárias; “A Porta da Esperança” realizando sonhos, “Namoro na TV”… Memórias que jamais vamos esquecer.

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Assim ele revolucionou o jeito brasileiro de fazer televisão. Ninguém fez como ele. Até hoje os programas de entretenimento da TV brasileira usam as mesmas fórmulas criadas por Silvio. E por que faziam tanto sucesso? Porque Silvio já compreendia algo que hoje entendemos bem: temos que ser espontâneos na telinha, só assim o público vai se identificar.

Silvio participava das brincadeiras e com isso se aproximava do telespectador, que amava ver ele caindo em um aquário cheio de água, tropeçando no palco, jogando-se no auditório e o principal: rindo de si mesmo.

Ah, que dádiva é rir de si mesmo.

Esse era o espírito do Silvio Santos. Um brasileiro no sentido de alma. Aquele trabalhador que nunca desiste, que tem um sorriso no rosto e um força interior que diz que tudo vai dar certo. Um brasileiro nato que nunca esqueceu suas raízes.

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Foi Silvio quem primeiro abriu os holofotes para a diversidade na TV. Todos os brasileiros tinham espaço ou como artistas no palco, ou como público no auditório. Demoramos anos para entender, Silvio, mas hoje seguimos esse que é seu grande legado. O brasileiro tem que se sentir representado na TV e você já nos ensinava isso lá na década de 1970.

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Eu me apaixonei pela TV através de Silvio. Quem diria que eu faria parte desse mundo tão incrível que ele dominava como ninguém. Hoje, com 39 anos de profissão em TV, tenho certeza: temos muito a aprender com tudo que Silvio nos deixou.

A partida de Silvio Santos entristece o público, os fãs, o brasileiro que se via naquele “cara” que de camelô se tornou o maior comunicador do Brasil. Um dos grandes empresários da comunicação com seu jeito Silvio de ser. Mas eu digo que a “presença” dele vai ser eterna. Um legado sem precedentes. Vamos beber muito ainda na inspiração de Silvio na arte de fazer TV. Sem ele a televisão hoje não seria a mesma.

Obrigada por sua alegria, sua risada maravilhosa e por impulsionar tantos profissionais.

Que a gente possa guardar o seu melhor, Silvio: determinação em nossos sonhos, alegria de viver e sempre ter um olhar carinhoso para a vida!

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