Diante do resultado em campo, talvez os mais de 25 mil torcedores sequer tenham imaginado o que conquistaram fora dele com o transbordo do Centenário. Se não a vaga na Série B, o Caxias ganhou Osvaldo Voges. Ninguém falava abertamente, mas desde o início do ano pairava no clube o fantasma da desistência do presidente e financiador majoritário grená após sucessivos fracassos no gramado. No domingo, essa assombração foi exorcizada com a realização de um desejo pessoal de Voges.

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– O cenário foi um sonho maravilhoso! Independentemente do resultado, despertou um sentimento que essa cidade não via há uma década. O Caxias está de volta ao cenário nacional.

Tomado pela emoção do Centenário lotado, o empresário foi taxativo ao responder se permaneceria no comando do clube mesmo com mais uma frustração no gramado.

– Firme e forte. Pode escrever isso. Enquanto fizermos bem para o Caxias e eu não tiver vontade de sair, continuarei à frente. Não muda nada. Sob o meu comando, o Caxias não sofre desmanche! O Caxias engrandece as minhas empresas, engrandece a minha pessoa. Nós vamos torná-lo maior e por isso eu continuo à frente. Não tem desmanche. Tem construção de um momento melhor.

Voges reiterou que cumprirá o mandato presidencial até agosto de 2010 e o contrato de gestão até 2021. Pelo menos.

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– Me sinto ainda mais fortalecido depois do que eu vi hoje (ontem). O que foi o apoio? O que foi esse estádio cheio, que muitas vezes eu mesmo duvidei e perguntei “por que é tão grande?” Hoje, ficou pequeno! Tenho que agradecer não só à torcida do Caxias, mas à comunidade como um todo que nos permitiu fazer esse belo espetáculo.

Continuidade. Até no preço – Conhecido pelo temperamento sanguíneo, o dirigente – se ainda nutria alguma dúvida a respeito da continuidade na tarefa – pareceu sentir o efeito dos aplausos recebidos das gerais antes e depois da partida.

– O Caxias tem que continuar, o Caxias não para. O Caxias embala, corrige erros, mas fica, no cidadão Osvaldo, a maravilha, a beleza de ter vivido esse dia. Eu me sinto, enfim, depois de muitas coisas que aqui tenho feito, plenamente cidadão caxiense.

Mesmo confessando abalo com o que considerou a mais frustrante das eliminações grenás na Série C, pelo acesso ter escapado por entre os dedos, Voges extraiu uma convicção do que viu nas arquibancadas.

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– A nossa torcida é popular, não adianta botar ingresso a R$ 10, R$ 15, R$ 20. Nossa torcida é R$ 2, R$ 5… Eu vi várias famílias: pai, mãe, filho… O cara tomou uma cervejinha ali fora e gastou R$ 15. Infelizmente saiu triste, mas cada um viveu um domingo diferente na vida. Quiçá possamos tornar isso melhor nos próximos domingos.

Definições no comando – O núcleo de dirigentes que acompanha Voges mais diretamente no comando pode sofrer alterações. Algumas conversas nos próximos dias devem encaminhar as permanências ou saídas do vice de futebol Alceu Fassbinder, do diretor de futebol Zoilo Simionato e até do primeiro vice-executivo Celso Rodriguez. O mesmo vale para o técnico Gilmar Iser, que conta com a aprovação da diretoria grená.

As avaliações, segundo o presidente, precisam aguardar o devido isolamento da influência emocional do domingo. Portanto, só ocorrerão ao longo dos próximos dias. De ontem, toda a emoção que Voges pretende levar consigo é aquela de carga positiva.

– Acredito que o que vocês assistiram aqui deve ter mexido com todo mundo. O Caxias nunca havia tido um público exclusivamente nosso, deste tamanho. Não sei se Caxias do Sul já teve isso. E é bom. Queria agradecer e dizer para o torcedor do Caxias que continuamos firmes e que tem mais. Foi um gostinho que ficou para trás, mas nós ainda vamos buscar – finalizou o dirigente.

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