Se for criada dentro do prazo legal, até o dia 5 de outubro, a Rede Sustentabilidade – partido que a ex-senadora Marina Silva tenta tirar do papel para concorrer à Presidência em 2014 – deverá entrar na disputa pelo Palácio Piratini. Desde a última quinta-feira, o Rio Grande do Sul é sede do primeiro e, por enquanto, único diretório estadual da sigla.

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O nascimento da legenda, entretanto, ainda depende da validação de mais 188 mil assinaturas de apoio, num total de 492 mil, e do registro de outros oito diretórios.

Apoiadores no Estado reconhecem que o principal objetivo da candidatura própria é montar um palanque local para a ex-senadora, que está em segundo lugar nas pesquisas, com 26% das intenções de voto. Na avaliação da porta-voz da Rede no Estado, a advogada Gisele Uequed, a estratégia é dar visibilidade ao projeto, além de fortalecer o debate político. Otimista, Gisele acredita que os trâmites serão cumpridos dentro dos prazos. Na segunda-feira, ela esteve ao lado de Marina na entrega do pedido de criação da legenda no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília.

Os gaúchos representam 5,5% (ou 35 mil) das 640 mil assinaturas encaminhadas aos cartórios do país, onde o principal empecilho é o não cumprimento do prazo de 15 dias para análise.

– Há um excesso de rigor na conferências das assinaturas – reclama Gisele, que também integra o grupo jurídico da Rede nacional.

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Para Montserrat Martins, integrante da comissão executiva da Rede RS e candidato ao governo do Estado pelo PV em 2010, o atraso na verificação e anulação de assinaturas decorre de “má vontade política”. Os cartórios já recusaram 96 mil assinaturas apresentadas, ou 24% do total.

Questionado sobre a possibilidade de voltar a disputar o Piratini, Montserrat afirmou que está “à disposição”, mas que a escolha do nome será decorrência de um processo horizontal.

Entre os apoiadores, há ainda o reconhecimento de que uma série de dificuldades irá marcar os primeiros passos da Rede. No Estado, a falta de lideranças expressivas é uma delas.

Advogados, jornalistas e professores fazem parte da comissão estadual da Rede (veja abaixo). A composição é considerada provisória e deve passar por uma revisão daqui a três meses, após o deferimento do registro nacional. Até lá, a criação de ferramentas de participação estará na pauta do grupo. A ideia é que os simpatizantes da sigla tenham uma gama de opções de canais para encaminhar suas ideias e sugestões.

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Os integrantes da comissão estadual provisória da Rede

Presidente – Gisele Uequed, advogada, foi candidata a deputada estadual pelo PV em 2010 e à prefeitura de Canoas pelo PTN na eleição de 2012

Vice-presidente – William Smith Kaku, professor da UFRGS

Comissão Executiva

Montserrat Martins – Psiquiatra, candidato a governador pelo PV em 2010

Sonia Bernardes – Jornalista

Comissão de Finanças

Eduardo Antunes Dias – Pesquisador da UFRGS e graduado em medicina veterinária

Rogério Ceratti Filho – Advogado

Comissão Organizadora

Jorge Uequed – Advogado e ex-deputado federal pelo PSDB

Sabrina Dinora dos Santos – Professora e ativista da Rede da Juventude pelo Meio Ambiente e Sustentabilidade (Rejuma)

Vogal

Marcos Rolim – Jornalista, ex-deputado federal pelo PT