Os deuses devem ter combinado tudo. Abriram um tabuleiro e colocaram as peças certas nos lugares apropriados para que um país pudesse ter algo a chamar de sua era de ouro. À revelia de uma traumática gestão militar, a música e o futebol deram as mãos a partir do final dos anos 1950 e começaram a escalar suas montanhas. À frente dos músicos, muitos líderes se revezaram. À frente dos jogadores, nenhum foi maior do que Pelé.

Continua depois da publicidade

Um espetáculo musical idealizado pelo instrumentista e arranjador Ruriá Duprat, sobrinho do também arranjador Rogério Duprat, pretende fazer uma celebração histórica em torno de Pelé. País Pelé vai traçar um paralelo entre a cultura do país e as conquistas do único jogador do mundo a ser chamado de rei. Canções serão costuradas aos anos em que se deram as maiores vitórias do jogador. A direção- geral será de José Possi Neto; a pesquisa musical, de Zuza Homem de Mello; e o roteiro, de Aimar Labaki.

Pelé no palco como um contador de histórias

– Vamos fazer uma grande ópera popular contemporânea. Além da música, será retratado por meio de um telão o que aconteceu no Brasil dos anos de Pelé nas artes plásticas, literatura, cinema, arquitetura, fotografia… – diz Ruriá.

Continua depois da publicidade

Para acompanhar os artistas convidados, haverá uma banda e uma orquestra. Ao todo, 40 músicos estarão no palco. Há indefinições relativas ao elenco que vai participar do espetáculo e às datas e locais dos shows. O primeiro está sendo negociado para ocorrer em Brasília, dia 8 de setembro. São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador seriam outras praças a receberem uma montagem que será pensada para locais abertos, preferencialmente estádios de futebol.

Os nomes ainda não fechados, na lista de convidados, são os de Gilberto Gil, Caetano Veloso, Ivete Sangalo, Lenine, Seu Jorge, Maria Rita, Jair Rodrigues, Arlindo Cruz, Elza Soares, Carlinhos Brown e Chico Buarque.

– Precisamos fechar as datas para que os artistas acertem com suas agendas. Pelé não vai cantar. A intenção é colocá- lo no palco como um contador de histórias. Ele fala no projeto como um menino. Quer retribuir ao país um pouco do que o país lhe deu até hoje – diz Ruriá.

Continua depois da publicidade