A sexta-feira foi marcada por atos nas principais cidades de Santa Catarina contra medidas propostas pelo governo do presidente Michel Temer. As manifestações fizeram parte do Dia Nacional de Mobilização, convocado por centrais sindicais em todo país. O principal foco dos protestos foi a PEC 55 (chamada de PEC 241 na Câmara), que deve ser votada no em primeiro turno no Senado no fim deste mês e coloca um teto nos gastos do governo pelos próximos 20 anos.

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Manifestantes se reuniram em Florianópolis, Joinville, Blumenau, Criciúma, Chapecó e Lages. Confira abaixo um pouco do que aconteceu ao longo do dia.

Florianópolis

Na Capital, o dia começou com paralisação dos trabalhadores do transporte coletivo. Entre 5h e 9h15min, os ônibus não circularam na região da Grande Florianópolis, provocando transtornos aos usuários e um nó no trânsito. Vans foram colocadas para circular, porém não conseguiram suprir toda a demanda. Também cruzaram os braços os funcionários da Comcap, interrompendo a coleta de lixo, e servidores municipais das áreas da saúde e educação.

Segundo a prefeitura de Florianópolis, estudantes de 60% das escolas básicas municipais não tiveram aula. as creches, apenas 36 de 89 funcionaram normalmente ou parcialmente. Na área da saúde, cerca de metade dos postos de saúde não atendeu a população ao longo do dia. A região mais afetada foi o Sul da Ilha, onde apenas 5 das 12 unidades básicas abriram as portas. No fim do dia, sindicalistas se concentraram na Praça Tancredo Neves, em frente à Assembleia Legislativa, e depois saíram em caminhada pelas ruas do centro.

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Na Avenida Mauro Ramos, eles saudaram os estudantes que ocupam o campus central do IFSC. Também fizeram uma caminhada em direção ao Centro, passando pela Avenida Beira-mar, estudantes da UFSC. Na universidade, as aulas de alguns centros foram prejudicadas. A dispersão do ato ocorreu por volta de 19h no Ticen.

Blumenau

Também houve paralisação dos ônibus na maior cidade do Vale do Itajaí. Os coletivos não circularam pela manhã, entre 8h30min e 10h. No Terminal do Aterro, a única movimentação nesse horário era de ônibus que ainda estavam em rotas antes do momento da paralisação e de motoristas reunidos. No Terminal da Proeb, apenas as linhas troncais continuaram circulando no período de paralisação, mas mesmo assim o número de passageiros aguardando na plataforma era maior.

Estudantes e servidores públicos se reuniram desde as 8h em frente à prefeitura para protestar contra o que chamavam de perda de direitos trabalhistas. Categorias como bancários, vigilantes e eletricitários também realizaram atos ao longo do dia. Durante a tarde, por volta das 15h, os manifestantes se reuniram para um novo ato na escadaria da Catedral São Paulo Apóstolo, no Centro.

Joinville

Na maior cidade do Estado, servidores de diversas áreas também protestaram e realizaram paralisações ao longo do dia. Por volta de 16h30min, os sindicatos dos servidores públicos (Sinsej) , dos trabalhadores da saúde e de outras classes, além de movimentos sociais, reuniram-se na praça da Bandeira. Além do protesto contra a PEC 55, os manifestantes levantaram reivindicações a nível municipal. O presidente do Sinsej, Ulrich Beathalter, afirmou que os servidores cobram da Prefeitura o pagamento do abono salarial para os trabalhadores que vão atuar durante o recesso de fim de ano, além da definição do calendário da educação para 2017.

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O sindicato tem reunião com o prefeito na próxima quarta-feira, dia 16 de novembro, e uma assembleia com os servidores no dia seguinte para avaliar a conversa com Udo Döhler. Não estão descartadas novas paralisações e até mesmo o início de uma greve, dependendo da resposta da prefeitura. Na saúde, servidores do Hospital Regional e da Maternidade Darcy Vargas estão em estado de greve desde maio e protestaram contra a falta de medicamentos e materiais de trabalho nas unidades. Eles também pede a realização de um concurso público.

Chapecó

No Oeste, a praça Coronel Bertaso, no centro de Chapecó, amanheceu com cerca de três mil pessoas, segundo os organizadores do ato. Integraram o ato estudantes das escolas ocupadas, professores, sindicatos, movimentos sociais, indígenas e representantes de partidos que compõe a Frente Brasil Popular. Funcionários de várias áreas da prefeitura de Chapecó participaram do ato, mas isso não comprometeu os serviços, segundo a assessoria de imprensa do município.

Dia de greve nacional tem mobilização no Oeste de Santa Catarina

Ato em Criciúma ocorreu na Praça Nereu Ramos
Ato em Criciúma ocorreu na Praça Nereu Ramos (Foto: Maristela Benedet / Agência RBS)

Eles caminharam entre as principais ruas da cidade para chamar atenção da população. Segundo os organizadores, 25 categorias profissionais estiveram representadas no movimento e, por conta da adesão de um bom número de trabalhadores, alguns serviços foram paralisados. O atendimento em saúde básica foi impactado em 31 unidades de saúde que não funcionaram durante a manhã. Outras 15 não foram afetadas, e abriram normalmente. Na educação, a prefeitura informou que todas as escolas da rede não abriram.

Lages

Na Serra, representantes de centrais sindicais também foram às ruas para protestar contra as medidas propostas por Michel Temer. Eles se reuniram no centro de Lages e exibiram cartazes contra a “PEC da morte”. Eles discursaram afirmando que, com a crise, mais pessoas precisarão dos sistemas públicos de saúde e educação e que não terão como ser atendidas em função do teto nos gastos. Membros do Movimento dos Sem Terra também caminharam pela BR-116 e liberaram os carros de pagara pedágio no trecho entre Lages e Correia Pinto.

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