Os rodeios começaram essa semana em São José, mas a correria de Almir Mirinho da Silva, de 56 anos, mais conhecido como Mirinho, segue em ritmo acelerado. Há 40 anos ele integra a equipe de organização do evento promovido pelo CTG Os Praianos, sem nunca perder uma edição. E desde 1986 faz a tarefa como sócio.
Confira o vídeo com efeito maquete do primeiro dia do rodeio:
Para Mirinho, os rodeios fazem parte de uma tradição que começou ainda na sua infância. Hoje, o senhor de cabelos grisalhos, que gosta de cavalgar, ensina a arte de controlar um cavalo ao neto, Arthur da Silva Hamenns, de 5 anos. O pequeno se veste a caráter. Coloca a bota, a bombacha, o chapéu e até o lenço. Não pensa duas vezes quando o avô o convida para cavalgar.
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O neto de Mirinho, o pequeno Arthur, não dispensa uma boa cavalgada.
Foto: Alvarélio Kurossu/Agência RBS
Mirinho nasceu em São Pedro de Alcântara e não herdou a cultura tradicionalista da família. Foi dos dias em que matava aula para buscar boi no pasto que viu na vida campeira um atrativo.
Entre as cavalgadas ou as provas de laço, optou pela primeira. Ainda jovem participou do CTG Carianos, que acabou fechando as portas. A solução foi procurar Os Praianos, referência de tradicionalismo na Grande Florianópolis. A associação deu certo, tanto que até hoje atua na direção. E diz, com orgulho, que foi o único a se eleger por duas vezes seguida patrão.
Duas edições do rodeio no mesmo ano
O tradicional rodeio começou em 1973, apesar do CTG ter sido fundado exatamente em 15 de outubro de 1972. Em um dos anos, foram realizadas duas edições do rodeio para que se equiparasse o número de eventos com a idade do centro tradicionalista.
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Por dez anos o CTG ficou em Forquilhinha. Mas, desde 1982, quando conseguiram uma sede própria e maior, mudaram-se para Forquilhas. Atualmente, os peões se espalham por Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná representando a Grande Florianópolis.
Lembranças das cavalgadas
Para Mirinho, a participação no CTG trouxe além das amizades, inúmeras lembranças das várias cavalgadas que fez durante quatro décadas. Uma delas foi quando saiu de São José e foi até São Joaquim, percorrendo mais de 200 km. Saiu num sábado e chegou numa quinta-feira.
-Fui retribuir a visita que o pessoal do Mangueira Velha fez aos Praianos – conta.
Era janeiro de 2005 quando partiram em oito pessoas rumo a uma das cidades mais frias do ano. Saíram com uma temperatura beirando os 38ºC.
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– Mas temos que ter um guia, principalmente na serra catarinense. Tem muita neblina. Se tiver neblina, você não sai mais do campo. De Rancho Queimado para cima é assim -explica.
Nem sempre as lembranças são completamente boas. Há sustos que ficaram na memória quando em 2010, em 14 pessoas, o grupo pegou uma trovoada quando ia de Urupema até o Hotel Barreiro, em São Joaquim.
Independente do dias mais nebulosos, quando os ensolarados, as viagem por Santa Catarina foram sempre regadas a muitas conversas e ao inseparável churrasco. E como diz Mirinho:
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-Não pode faltar, principalmente de ovelha.
Bem alimentados, não há como não curtir o passeio a cavalo pelo sol, pela chuva ou até pela neve, como a vez em que decidiu visitar Capão Alto, junto ao Rio Pelotas.