O cantor e ator Seu Jorge usou as redes sociais para se manifestar, nesta segunda-feira (17), sobre ataques racistas em um show realizado em Porto Alegre, na semana passada. O caso ocorreu na última sexta-feira (14) em uma apresentação particular no clube Grêmio Náutico União. À polícia, foram relatados sons de macacos, além de gritos de “vagabundo” e “safado”.
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O caso está nas mãos da Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância (DPCI), do Departamento Estadual de Proteção aos Grupos Vulneráveis (DPGV), que tenta entender o que aconteceu no show do cantor.
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No vídeo divulgado nesta segunda, o artista disse que finalizou a apresentação e saiu do palco. Antes de retornar para fazer o “bis”, foi surpreendido com gritos e ofensas racistas.
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— Começo a escutar muitas vaias e xingamentos, e logo, por conta disso, percebi que não seria possível voltar para fazer o famoso bis. Voltei ao palco e de maneira respeitosa agradeci a presença do público e me retirei do local do show. Eu não reconheci a cidade que eu aprendi a amar e respeitar. Não era a cidade que eu conheci. O que eu presenciei foi muito ódio gratuito e muita grosseria racista — relatou.
De acordo com o cantor, as únicas pessoas negras que estavam no clube eram funcionários. Ele ouviu relatos de que os trabalhadores foram proibidos de interagir com os músicos.
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Investigações
Além do depoimento de diversas pessoas que estavam na plateia, vídeos da apresentação estão sendo analisados pela Polícia Civil de Porto Alegre.
A corporação ainda pretende ouvir novas testemunhas e, de acordo com as autoridades responsáveis pelo caso, Seu Jorge seria a vítima das ofensas. Apesar disso, o crime diz respeito à coletividade e independe de qualquer representação da vítima.
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Em nota, o clube Grêmio Náutico União afirmou que está “apurando internamente os fatos ocorridos”.
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