O setor turístico está preocupado com a falta de vagas exclusivas para embarque e desembarque de passageiros de ônibus de turismo em Joinville. Empresários do ramo hoteleiro e promotores de eventos da cidade dizem que vários trechos onde antes havia placas indicativas para o estacionamento desses coletivos já não existem mais. A necessidade é maior em locais como entradas de hotéis, shoppings e pontos turísticos.

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De acordo com o Joinville e Região Convention & Visitors Bureau, as placas com os dizeres “exclusivo: ônibus de turismo” estão cada vez mais raras e, desde 2016, o problema se intensificou. Na avaliação dos trades de turismo, a situação é um dos pontos que pode pesar contra as negociações para a vinda de eventos à cidade.

— Quando alguém traz um evento e que vêm passageiros em ônibus, eles querem ter a comodidade de poder descer na frente de onde vão participar. Hoje, foram retiradas todas as áreas de embarque e desembarque. Tanto de shopping center quanto de hotéis não temos mais. Em outras cidades isso ainda é contemplado — relata Rosi Dedekind, presidente do Joinville Convention & Visitors Bureau.

A percepção é reforçada por outros representantes do setor. Segundo a agente de turismo Conceição Junkes, a falta desses pontos de embarque e desembarque prejudica, em especial, os idosos.

— Eles gostam de parar na frente do ponto turístico — justifica.

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No Centro, por exemplo, há somente duas vagas em frente ao Museu da Imigração. Uma realidade que incomoda, conforme Raulino Schmitz, presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Joinville.

— Nós não temos local para os ônibus estacionarem. E como não tem, eles (os motoristas) precisam deixar as pessoas em outros locais, ficam irregulares. Esse é o negócio, não queremos que fique uma situação irregular — aponta.

Previsto em lei

Existe uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), de 1997, que estabelece que o poder Executivo tenha a prerrogativa de retirar e fiscalizar as vagas privadas de estacionamento. Ao mesmo tempo pode, por interesse, criar espaços de embarque e desembarque.

— Quando a gente vai captar um evento e esse evento vem para a cidade, que chega em um hotel, precisamos de áreas de embarque e desembarque de passageiros em frente, seja de automóveis, seja de vans ou ônibus, assim como em pontos turísticos, centro de convenções — reitera Rosi Dedekind.

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Um dos exemplos citados é a proximidade do 36º Festival de Dança, marcado para julho. Durante o evento, que chega a reunir mais de seis mil pessoas somente considerando participantes – o público total previsto é de 200 mil pessoas -, centenas de ônibus de turismo cheguem a Joinville.

O fluxo aumenta tanto no local do evento como em pontos turísticos e hotéis. E, na visão de Raulino Schmitz, é justamente nessa época que a preocupação para o setor de turismo é maior quanto aos espaços para embarque e desembarque dos visitantes.

— Pedimos que essa demanda seja incluída no sistema rotativo, quando ele vir a ser regulamentado — sugere.

O que diz a Prefeitura

Procurada pela reportagem da NSC Comunicação, a Prefeitura de Joinville informou que alguns pontos turísticos da cidade têm áreas para estacionamento de ônibus turísticos, como junto ao Museu da Imigração. Destacou também que alguns locais que sediam eventos já dispõem de espaços específicos, como o Centreventos Cau Hansen e o Centro de Convenções e Exposições Expoville.

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Afirmou ainda que os hotéis também seriam responsáveis por oferecer essas vagas. A Prefeitura salientou ainda que, quando os ônibus de turismo estacionam em frente aos hotéis para embarque e desembarque, não são autuados pelos agentes de trânsito, apenas orientados se estiverem atrapalhando o tráfego.

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