Depois de um crescimento de 6,4% em 2009, o setor de serviços cresceu 11% em 2010, revelou pesquisa divulgada pelo IBGE na manhã desta quarta-feira. O número positivo indica a recuperação do setor frente à crise econômica mundial que se iniciou no segundo semestre de 2008.
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No Rio Grande do Sul, como setores que mais empregaram, destacam-se os serviços profissionais, administrativos e complementares e transportes, serviços auxiliares aos transportes e correios. A maior geração de renda no Estado também veio dos mesmos setores.
Entre 2007 e 2010, a receita líquida das empresas de serviços acumulou um crescimento real de 31,6%, sendo que em quatro segmentos a variação acumulada foi superior a este resultado: os serviços de manutenção e reparação (63,0%); as atividades imobiliárias (59,8%); os serviços prestados principalmente às famílias (44,9%) e os serviços profissionais, administrativos e complementares (44,9%).
A Pesquisa Anual de Serviços (PAS) mostra também que, em 2010, as 992.808 empresas investigadas obtiveram R$ 869,3 bilhões de receita operacional líquida e geraram R$ 510,4 bilhões de valor adicionado, ocuparam 10.622 mil pessoas e despenderam R$ 172,5 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações. As 54.827 empresas que ocuparam 20 pessoas ou mais representaram 5,5% do total, foram responsáveis por 77,9% da receita (R$ 677,0 bilhões), 73,2% do valor adicionado (R$ 373,6 bilhões), 66,0% do pessoal ocupado (7.012 mil) e 76,1% da massa salarial (R$ 131,3 bilhões).
Ainda que a maior parte das empresas atuasse no segmento de serviços prestados às famílias (310.958 ou 31,3% do total), os transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio foram responsáveis pela maior parcela da receita do setor (R$ 251,1 bilhões ou 28,9% do total). Também se destacaram, quanto à receita, os serviços de informação e comunicação (R$ 233,5 bilhões ou 26,9% do total) e os serviços profissionais, administrativos e complementares (R$ 220,8 bilhões ou 25,4% do total). Juntos, estes três segmentos responderam por 81,2% da receita operacional líquida dos serviços.
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Setor de alimentação
Entre os serviços prestados principalmente às famílias, a atividade de alimentação destacou-se como a principal em termos de geração de receita, valor adicionado, salários, pessoal ocupado e número de empresas. As 193.309 empresas da atividade (62,2%) obtiveram R$ 55,7 bilhões de receita operacional líquida (64,5%), ocuparam 1.398 mil pessoas (61,8%) e pagaram R$ 13,1 bilhões (60,2%) em salários, retiradas e outras remunerações.
Telecomunicações
No setor de informação e comunicação, a atividade de telecomunicações, com suas 3.663 empresas, representando 4,5% do segmento, foi responsável pela maior parcela da receita operacional líquida do setor (R$ 131,0 bilhões ou 56,1%).
Serviços profissionais, administrativos e complementares
Além de sua expressividade em termos de receita e de número de empresas (296.944 ou 29,9% do total), os serviços profissionais, administrativos e complementares representaram a maior parcela do valor adicionado, da massa salarial e do pessoal ocupado em todo o setor de serviços. Geraram R$ 166,5 bilhões de valor adicionado (32,6%), pagaram R$ 61,2 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações (35,5%) e ocupavam 4.320 mil pessoas (40,7%) em 2010.
Transporte rodoviário emprega
Entre os serviços de transporte, serviços auxiliares dos transportes e correio, o transporte rodoviário de passageiros e de cargas obteve a maior participação na receita líquida, 54,5% ou R$ 136,9 bilhões. Esta atividade, que detém o maior número de empresas do segmento (79,6% ou 117.077), foi responsável pela maior parte da massa salarial (52,3% do total, R$ 22,4 bilhões) e do pessoal ocupado (66,7% do total, 1,5 milhões). O transporte dutoviário obteve a maior produtividade, R$ 656, 9 mil, enquanto o segmento obteve R$ 55,4 mil, e o maior salário médio, 17,8 salários mínimos, ante a média de 2,9 para o conjunto dos transportes. Esta atividade empregou, em média, 820 pessoas por empresa, acima da média do agrupamento (15) e inferior apenas ao apresentado pelo transporte ferroviário e metroviário, 976 pessoas.
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Atividades imobiliárias, compra, venda e aluguel de imóveis
Nas atividades imobiliárias, a compra, venda e aluguel de imóveis próprios, com 16.683 empresas (59,4%), gerou R$ 13,7 bilhões de receita (68,8%). A maior parte das pessoas ocupadas esteve na atividade de intermediação, que empregava 84.149 pessoas (57,3%). A massa salarial distribuiu-se de maneira homogênea. A compra, venda e aluguel de imóveis pagou R$ 1,1 bilhão (45,0%) em salários, retiradas e outras remunerações, enquanto a intermediação despendeu R$ 1,3 bilhão (55,0%). A maior produtividade e o maior salário médio também foram encontrados na atividade de compra, venda e aluguel de imóveis (respectivamente, R$ 169,6 mil e 2,6 salários mínimos). A intermediação na compra, venda e aluguel de imóveis apresentou a maior média de pessoas ocupadas por empresa, 7, enquanto a média do segmento foi 5.
Manutenção e reparação de veículos gerou
Entre os serviços de manutenção e reparação, a atividade de manutenção e reparação de veículos automotores englobou a maior parte das empresas (54.956 ou 56,3%), da receita (R$ 7,7 bilhões ou 50,2%), da massa salarial (R$ 2,4 bilhões ou 50,8%) e do emprego dos serviços de manutenção e reparação (226.868 ou 56,7% das pessoas ocupadas). Já a atividade de manutenção e reparação de equipamentos de informática e comunicação obteve produtividade (R$ 38,7 mil) superior à alcançada pelo segmento (R$ 24,3 mil) e pagava, em média, 2,2 salários mínimos, enquanto o salário médio do conjunto dos serviços de manutenção e reparação foi 1,7.